Proprietário de uma van em Brasília, Delmindo Neto encontrou na Lei Seca uma oportunidade de ampliar seus negócios e conseguiu aumentar 300% o faturamento. Ele é motorista particular e fazia transporte executivo com carros de alto padrão, mas depois que a lei entrou em vigor, aumentou a procura por transporte de grupos ele já teve que vender dois carros de luxo e comprar mais uma van. Segundo ele, há procura por esse tipo de transporte nos sete dias da semana.
Conhecido como Dedé, ele conta que não o público que o procura não tem um perfil definido. Donos de casas noturnas já o contrataram para que leve clientes em casa, assim como famílias, para irem a casamentos e grupos de amigos, para irem a shows e jogos de futebol. Como ele pega em casa e leva de volta todos os passageiros, cada um pode se divertir e consumir quanto álcool quiser que não terá problemas com as blitzen.
“O negócio aqui está tão puxado que não estou tendo tempo para fazer o meu outro serviço, o de segurança particular para grandes empresários. Estou ficando mais por conta dos bebuns mesmo. Até estão me chamando de Disque-bebum”, brinca Dedé.
Com a demanda crescente, Dedé subloca veículos e contrata motoristas que conhece. Na agenda, ele tem mais de 30 números de profissionais. E exige que todos estejam apresentáveis (cabelos cortados e barba feita) e não bebam.
“Os motoristas que contrato estão desempregados e eu os contrato como free-lancers. Eles estão sendo favorecidos, indiretamente geramos renda a uma pessoa desempregada. E meus carros todos tem seguro e exijo curso de direção defensiva. Afinal de contas, tenho um nome a zelar, know-how no mercado, e quem trabalha comigo é bem treinado”, conta.
No período, Dedé assegura que nunca teve nenhum problema. “Acontece de a galera que bebeu demais dar uma vomitadinha dentro do carro, mas isso faz parte. Graças a Deus é só alegria”, comemora.