A negociação entre a Associação das Donas de Casa de Curitiba e Região Metropolitana com a Associação Paranaense de Supermercados (Apras) para congelar o preço de 50 produtos considerados de necessidades básicas não surtiu grande efeito. O superintendente da Apras, Valmor Rovaris, afirmou que a medida ainda precisa ser discutida com os donos de supermercados e o estatuto do órgão deve ser consultado para ver se permite este tipo de negociação.
Para Rovaris o momento em que a associação enviou a lista, que contém alimentos, produtos de limpeza e higiene, é inadequado já que as compras de final de ano já foram feitas e não há como negociar com os fornecedores. Mas disse que o órgão vai estudar o documento e analisar a questão jurídica, pois a decisão vai afetar o processo de concorrência e pode até ser considerado como formação de cartel. Além disso, a posição dos fornecedores deve ser levada em consideração.
Para Rovaris o momento não é de preocupação, afirma que existe a tendência de que alguns produtos baixem de preço naturalmente, já que a nova safra de grãos está começando a entrar no mercado. Segundo a presidente da Associação das Donas de Casa, Vera Lúcia Bartz, elas queriam um desconto de 20% nas mercadorias e que o acordo durasse pelo menos uns 30 dias, principalmente para a época de Natal e Ano Novo. Ela conta ainda que em três meses alguns produtos chegaram a subir 90%. Mas Valmor diz que o valor do abatimento é impraticável já que a margem de lucro dos supermercados, segundo ele, é em média de 2%.
As donas de casa agora estão elaborando uma lista com preços de vários supermercados para comparar a diferença entre eles e conseguir avançar na negociação.