O dólar voltou a fechar abaixo de R$ 3 pela primeira vez desde o dia 19 de julho. A queda nos preços ao consumidor nos EUA animou os investidores no mercado de câmbio. A moeda americana encerrou os negócios ontem em baixa de 0,43%, a R$ 2,995. Na mínima do dia, o dólar chegou a ser cotado a R$ 2,994. A Bovespa encerrou o pregão desta terça-feira com volume financeiro de R$ 970,514 milhões. O Ibovespa fechou com alta de 1,36%, aos 22.060 pontos.
O resultado da inflação nos EUA confirmou (0,1% em julho) as expectativas de um aumento gradual dos juros. No comunicado da última reunião, o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) enfatizou que não hesitaria em combater o aumento das pressões inflacionárias com novas elevações dos juros.
Sem aumentos agressivos dos juros pela frente, as taxas dos títulos do Tesouro americano recuaram nesta terça-feira. O prêmio dos papéis com vencimento em dez anos passou de 4,26% ao ano para 4,20%.
Segundo Farah, a queda das taxas dos títulos do Tesouro dos EUA abre espaço para novas captações dos emergentes. Ontem, a Standard & Poor?s elevou o rating (nota de crédito) da Turquia. O motivo apontado pela agência foi a estabilidade macroeconômica e a expectativa de melhora nas contas fiscais.
No fim da tarde, o risco Brasil operava em baixa de 1,78%, aos 551 pontos. Este é o menor nível desde abril. O C-Bond, principal título da dívida externa brasileira, avançava 0,32%, para 96,375% do seu valor de face.
Inativos
Segundo analistas, a manutenção do patamar abaixo dos R$ 3 vai depender do julgamento da contribuição dos inativos no Supremo Tribunal Federal (STF). Quando ele foi interrompido, o governo perdia por 2 votos a 1.
Para o gerente de renda fixa do banco Prosper, Carlos Cintra, o mercado trabalha com a expectativa de aprovação da emenda. “Todo mundo espera que a contribuição seja aprovada. Caso contrário, devemos ter um novo adiamento”, afirma.
Meirelles
O mercado de câmbio repercutiu também a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de conceder ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, status de ministro de Estado.
A partir de agora, as ações judiciais contra o presidente do BC terão de ser impetradas no STF (Supremo Tribunal Federal). A medida provisória pode ser derrubada no Congresso. Segundo Farah, “apesar do impacto político, a repercussão no mercado financeiro foi pequena”.