economia

Dólar vai a R$ 3,74 com perspectiva de corte menor de juros pelo Fed

Em uma semana marcada por baixo volume de negócios e agenda local fraca, o dólar acumulou alta de 0,20% e fechou a sexta-feira, 20, em R$ 3,7458. Na sessão de hoje, a moeda americana acabou corrigindo o movimento de ontem, quando caiu para o menor nível em cinco meses. No exterior, o dólar subiu ante divisas fortes e de países desenvolvidos, com o aumento da aposta de Wall Street de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) vai cortar os juros em 0,25 ponto porcentual e não em 0,50 ponto, como ocorreu ontem.

No mês, o dólar recua 2,46% e o real é uma das divisas que mais ganha valor perante a moeda americana. Apesar da alta desta semana, estrategistas de moedas ainda veem potencial de valorização do real pela frente, sobretudo quando o Congresso voltar do recesso e a reforma da Previdência avançar como o esperado.

“Ainda estamos otimistas com o real no curto prazo”, destaca o estrategista de moedas em Nova York do BBVA, Alejandro Cuadrado. Para ele, o texto da Previdência pode sofrer desidratação nos próximos passos no Congresso, mas a economia fiscal deve ficar forte. Outra fonte de otimismo é que o avanço da Previdência abre espaço para sair mais medidas da agenda econômica, como de estímulo da atividade e privatizações, ressalta ele. O BBVA projeta o dólar em R$ 3,72 em setembro.

Os estrategistas de moedas do Bank of America Merrill Lynch afirmaram nesta sexta-feira estar “construtivos” no real e veem a moeda a R$ 3,70 no final do ano. “A moeda deve continuar se fortalecendo na medida em que a agenda de reforma do governo avança”, ressaltam, destacando que a reforma da Previdência já está “amplamente precificada”. Por isso, para fortalecimento adicional do real, será preciso o avanço em outras reformas. “As posições em real são ‘lights’, especialmente entre investidores não residentes. Então há espaço para aumento da exposição na moeda brasileira.”

No exterior, o DXY, índice que mede o comportamento do dólar ante divisas fortes, subia 0,36%. Ontem, o índice teve queda forte e testou os níveis mínimos do mês após o presidente da regional de Nova York do Fed, John Williams, pedir agressividade na política monetária. Na noite de ontem, o Fed esclareceu que Williams falou em um contexto acadêmico. Além disso, reportagem do The Wall Street Journal hoje mostrou que a maioria dos dirigentes do BC americano defende um corte de 0,25 ponto nos juros. Entre emergentes, o dólar subia 0,59% na África do Sul, 0,44% no México e 0,33% na Rússia.

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