Após iniciar o dia em queda refletindo a animação dos investidores com o acordo entre Democratas e Republicanos para corte de gastos e elevação do teto da dívida dos EUA, o dólar recuperou-se e subiu ainda pela manhã em meio à retomada da aversão ao risco nos mercados. Os investidores reduziram posições em moedas consideradas mais arriscadas, como o euro e o real, e migraram para o dólar e o franco suíço, após os fracos índices de atividade industrial nos EUA e na China reacenderem as preocupações com o crescimento global. O euro também foi pressionado pelo rebaixamento pela Fitch da perspectiva do Banca Popolare di Vicenza de estável para negativa, mantendo aceso o alerta sobre a economia europeia.
Apesar da confiança de que o plano bipartidário norte-americano poderá ser aprovado pelo Congresso, muitos investidores sabem que ele afasta apenas a incerteza no curto prazo e que não resolve definitivamente o problema de longo prazo de sustentabilidade da dívida dos EUA. Por isso, os agentes financeiros não descartam que o acerto político será insuficiente para impedir o rebaixamento dos ratings AAA dos EUA. Nesse ambiente, os agentes financeiros se retraíram, diminuindo os volumes de negócios, que já costumam ser mais fracos em início de mês.
O dólar comercial fechou em alta de 0,58% hoje, cotado a R$ 1,562 no mercado interbancário de câmbio. Durante os negócios, a moeda oscilou entre a mínima de R$ 1,547 (-0,39%) e a máxima de R$ 1,564 (+0,71%). Na BM&F, o dólar à vista terminou com alta de 0,64%, a R$ 1,5615. O euro comercial caiu 0,22% para R$ 2,228.
O Banco Central manteve a realização de dois leilões de compra de dólar no mercado à vista, nos quais definiu as taxas de corte em R$ 1,5598 e R$ 1,5603.
Nos EUA, o vice-presidente, Joe Biden, disse esta tarde, após sair de uma reunião com deputados democratas, que o acordo anunciado ontem tem uma “característica irresistível, redentora: diz que essa questão do teto da dívida não virá à tona de novo até 2013”. Pelo acordo, conforme anúncio do presidente dos EUA, Barack Obama, haverá elevação do teto da dívida de US$ 2,4 trilhões em dois estágios e um corte de gastos de quase US$ 900 bilhões durante dez anos. Também foi definido que um comitê especial de parlamentares ficará encarregado de efetuar cortes para reduzir o déficit em mais US$ 1,5 trilhão por meio de uma reforma tributária e também através de alterações nos programas de segurança do governo, da ordem de US$ 350 bilhões em dez anos.
Biden reconheceu a frustração de deputados democratas sobre o projeto e disse que alguns deles saíram da reunião afirmando que não planejam votar a favor do plano. A votação na Câmara deve ocorrer ainda hoje. Segundo o republicano Lamar Smith, presidente do Comitê Judiciário, o projeto pode ser votado por volta das 19h (de Brasília).
Câmbio turismo
Nas operações do câmbio turismo, o dólar teve alta de 0,61% hoje para R$ 1,647 na venda e R$ 1,513 na compra. O euro turismo subiu 0,60%, cotado a R$ 2,357 (venda) e R$ 2,16 (compra).
