Indicadores mais fracos que o esperado da economia alemã e da zona do euro desencadearam nesta segunda-feira nova onda de preocupação com a piora da economia mundial. O aumento da aversão ao risco fez investidores deixarem ativos de mercados emergentes, o que contribuiu para novo dia de alta da moeda americana aqui. No mercado à vista, o dólar fechou no maior nível em 20 dias, a R$ 4,1714, em alta de 0,43%.

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A percepção de piora da atividade mundial pressionou os preços de algumas commodities. Com isso, as moedas da América Latina, exportadoras destes produtos, tiveram o pior desempenho no mercado financeiro mundial. O dólar subiu 0,38% na Colômbia, 0,15% no Chile, 0,23% no México e 0,45% na Argentina. Nas divisas fortes, a moeda americana ganhou força ante o euro, a libra e o franco suíço.

Nesta segunda-feira, indicadores da indústria e serviços de setembro da Alemanha e da zona do euro vieram todos abaixo do previsto, o que realimentou o temor dos investidores de piora da economia mundial. “Os dados de hoje sugerem que uma recessão está se aproximando na eurozona”, afirma o economista do banco alemão Commerzbank, Ralph Solveen, afastando chance de melhora da atividade este ano, apesar das medidas recentes de estímulo do Banco Central Europeu (BCE). “Ao contrário, o risco de recessão está aumentando”, afirma ele em relatório.

“Há uma percepção de risco crescente com emergentes”, avalia o estrategista-chefe da Western Asset, Adauto Lima, destacando que os efeitos da guerra comercial entre China e Estados Unidos começam a pesar na atividade econômica do planeta, assustando os investidores. Neste ambiente, a redução do diferencial de juros entre o Brasil e os países desenvolvidos é um fator a mais para pressionar o real. Com mais cortes de juros pela frente, o ponto de equilíbrio no câmbio brasileiro pode ser com um real mais depreciado, ressalta Lima.

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Operadores relataram mais cedo saída de capital, com investidores mais especulativos buscando retornos em outros emergentes, como México, África do Sul e Rússia. No mercado local de câmbio, a segunda-feira foi de baixo volume de negócios, ecoando o movimento fraco também na bolsa e no mercado de juros. A agenda da semana começa a ganhar força nesta terça-feira, com o discurso de Jair Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU e a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).