Economia

Dólar têm 9ª alta frente real com apostas em corte de juros por coronavírus

O dólar segue em alta no mercado doméstico, pelo nono dia seguido, alinhado aos ganhos ante peso chileno e peso mexicano no segmento de moedas emergentes no exterior. Os ajustes precificam especulações sobre estímulos monetários por Banco Centrais de países desenvolvidos, como o Federal Reserve (Fed) e o Banco do Japão (BoJ), como forma de combater os possíveis efeitos negativos do surto do coronavírus.

A China divulgou seus números de PMIs manufatureiros do mês de fevereiro, sendo que tanto o medido pelo Caixin quanto o apurado pelo governo trouxeram as menores leituras de toda a série histórica.

No câmbio, há demanda maior por proteção no mercado futuro e algumas compras de estrangeiros para saída do país rumo aos ativos americanos, disse um operador.

A Renascença DTVM reforça nesta segunda-feira dois pontos do contexto global que influenciam o movimento de baixa da curva de juros: os efeitos do comunicado do presidente do Fed, Jerome Powell, na tarde da sexta-feira, quando disse que “vamos usar nossas ferramentas e agir apropriadamente para dar suporte à economia”; e a revisão do PIB global promovida pela OCDE para o ano de 2020, de +2,9% para +2,4%.

No Brasil, dentre os fatores que validam o cenário de fechamento de taxas, a corretora menciona a decisão da Aneel de manter a bandeira verde para as contas de energia elétrica, a deflação do IPC-S em fevereiro (-0,01%) e a revisão das estimativas para a taxa Selic em 2021 (de 6,00% para 5,75%), de acordo com o relatório Focus.

Também na Focus, o mercado revisou o IPCA para 2020 de 3,20% para 3,19%, e o IPCA para 2021 permanece em 3,75%. A projeção para alta do PIB de 2020 desacelerou de 2,20% para 2,17% e para 2021, seguiu em 2,50%. A estimativa para o Selic no fim de 2020 permaneceu em 4,25% ao ano. A projeção para o câmbio para fim de 2020 passou de R$ 4,15 para R$ 4,20, enquanto o câmbio para fim de 2021 permanece em R$ 4,15.

Já o Índice de Confiança Empresarial (ICE) medido pela FGV caiu 0,5 ponto em fevereiro ante janeiro, para 97,2 pontos.

Em Nova York, os juros dos Treasuries ampliam os recuos nesta manhã (com alta simultânea de preços) com a persistente cautela de investidores em torno do surto de coronavírus, com o yield dos títulos de 10 e 30 anos renovando mínimas históricas. No final de semana, duas mortes pela doença foram confirmadas nos Estados Unidos.

Também o índice DXY, que mede a variação da moeda americana ante uma cesta de seis rivais fortes, opera em forte queda nesta manhã, reagindo à possibilidade de corte de juros pelo Federal Reserve em 18 de março. O CME Group aponta que, hoje, a aposta de que o Fed reduzirá a taxa básica de juros do país em 50 pontos-base na próxima reunião já bate 100%.

Às 9h26 desta segunda, o dólar à vista subia 0,20%, a R$ 4,4873. O dólar para abril estava em alta de 0,11%, a R$ 4,4950. Em Nova York, o índice DXY caía 0,51%, a 97,632 pontos, enquanto o dólar subia a 107,76 ienes, o euro avançava a US$ 1,1109 e a libra esterlina cedia a US$ 1,2768.

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