São Paulo
– O dólar comercial fechou ontem em alta de 0,25%, cotado a R$ 3,157 na compra e R$ 3,160 na venda. Foi a quinta alta consecutiva da moeda americana, que já contabiliza valorização de 4,98% em setembro. O cenário internacional foi o principal fator de preocupação na semana, à medida que aumenta a expectativa de guerra dos Estados Unidos contra o Iraque. Os preços do petróleo dispararam e os investidores estrangeiros evitaram o risco dos países emergentes.O Banco Central fez intervenções diárias no mercado à vista e ofereceu dólares ao setor exportador, volume que beirou a US$ 300 milhões. As medidas ajudaram a garantir um mínimo de liquidez ao mercado, mas não evitaram as cinco altas consecutivas na semana. Em leilões na quinta e sexta-feira, o BC conseguiu renovar 52% da dívida de quase US$ 2 bilhões vincenda no dia 11. Esse resultado favoreceu a desaceleração do dólar à tarde, mas não foi suficiente para inverter a situação. “Eu diria que o leilão de swap (cambial) foi pior que o esperado e o que deu um alívio na cotação à tarde foram os rumores de uma pesquisa de intenção de voto que traria Serra mais forte e um certo fluxo positivo (de recursos)”, avaliou Alexandre Vasarhelyi, responsável pela área de câmbio do Banco ING.
O FMI também anunciou ontem a formalização do acordo de empréstimo de US$ 30 bilhões ao Brasil, liberando a primeira parcela, de US$ 3 bilhões. Apesar de ter sido bem recebido, o anúncio já era esperado pelo mercado. Enquanto isso, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou praticamente estável, em baixa de 0,06% com o Índice Bovespa em 9.716 pontos. O volume de negócios foi de R$ 367 milhões. Foi a sexta baixa consecutiva da bolsa paulista, que operou atrelada ao mercado americano durante toda a semana. Mesmo com a alta de ontem em Wall Street, a bolsa paulista não teve fôlego para subir, por conta da liquidez reduzida.Com o resultado de ontem, a Bovespa termina a semana com queda de 6,4%, praticamente neutralizando os ganhos de agosto.
O cenáriuo mundial foi menos negativo. Após enxurrada de dados econômicos dos Estados Unidos que desanimaram Wall Street nas últimas sessões, uma vez que apontavam para uma retomada econômica lenta, os principais mercados americanos encerraram a jornada de sexta-feira influenciados por inesperada queda na taxa de desemprego daquele país. Em agosto, o índice ficou em 5,7% ante os 5,9% anotados em julho. O Dow Jones avançou 1,73%, para os 8.427,20 pontos, e o Nasdaq teve forte alta de 3,54%, aos 1.295,29 pontos.
