O câmbio começou o dia em alta e, apesar de ser meio feriado, as expectativas são de que o mercado doméstico de câmbio opere fortemente nesta sexta. Isso porque enquanto todos estavam de braços cruzados no Brasil, ontem, nos Estados Unidos, a corrida para os Treasuries (títulos do Tesouro norte-americano) acentuou-se, com conseqüente alta nas taxas de juros e queda nos preços das ações. É verdade que os investidores já vêm de três pregões consecutivos de alta nas cotações do dólar ante o real justamente em função do ajuste internacional, mas a insistência do mau humor externo terá peso e pode até sustentar uma inversão de tendência.

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O dólar abriu com ganho de 1,23%, cotado a R$ 1,9760. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar à vista também valia R$ 1,976 na abertura. Às 10h09, porém, o dólar comercial era negociado a R$ 1,974 (+1,13%), enquanto o dólar na BM&F operava com valorização de 0,97%, a R$ 1,972.

Como era de se prever, a agenda interna de hoje espremida entre o feriado de Corpus Christi e o final de semana é insignificante do ponto de vista da economia. O desenrolar dos escândalos políticos não tem afetado as transações financeiras. Então, a influência do ambiente externo na formação dos preços dos ativos fica ainda mais acentuada. Em relação a quinta, até que o comportamento externo melhorou esta manhã, mas ainda há desconforto.

Na Europa, as principais bolsas operam no negativo, mesmo caminho traçado pelos índices futuros norte-americanos. Os juros dos títulos norte-americanos de 10 anos mostravam alta de 0,53% e os de 30 anos exibiam aumento de 0,92%.

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O contraponto para a alta prevista para o dólar poderia vir dos exportadores, que habitualmente atuam com força no início do mês e tenderiam a querer aproveitar a valorização da moeda norte-americana. Mas justamente por causa do meio feriado a perspectiva dos operadores é de que esses consultores tenham pouca participação nas transações desta sexta, que devem ficar por conta, principalmente, das Tesourarias. E o dólar deve subir.