economia

Dólar sobe para R$ 3,78 com prudência antes de decisões de juros

O dólar chegou a bater em R$ 3,80 hoje pela manhã, mas desacelerou o ritmo de alta na parte da tarde, em linha com o movimento da moeda americana no exterior. A forte queda da libra por conta do temor de saída não negociada do Reino Unido da União Europeia acabou contaminando outras moedas e contribuindo para fortalecer o dólar no mercado internacional, enquanto o mercado operou aqui e lá fora na expectativa pelos eventos da semana, que incluem indicadores importantes no exterior e reuniões de política monetária nos Estados Unidos, Japão, Inglaterra e do Banco Central brasileiro e ainda retorno do recesso parlamentar. O dólar à vista fechou em alta de 0,28%, a R$ 3,7831.

Em meio à prudência com os eventos da semana, o volume de negócios foi fraco hoje. No mercado de câmbio, o giro no mercado futuro estava em apenas US$ 11 bilhões às 17h15, ante média de giro de US$ 18 bilhões para esse horário. No mercado à vista, o volume somou US$ 503 milhões. Operadores relataram que tesourarias e fundos foram às compras da moeda americana. No mercado futuro, os estrangeiros reforçaram na sexta-feira as posições compradas em US$ 573 milhões, segundo dados da B3. Estas posições ganham com a alta do dólar e indicam a prudência com os próximos dias.

Mesmo o Credit Default Swap (CDS) de cinco anos do Brasil operou praticamente estável, a 123 pontos, segundo cotações da IHS Markit.

Os eventos da semana começam a ganhar corpo nesta terça-feira, quando começam as reuniões para definir os juros aqui e do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Dependendo da intensidade dos cortes no Brasil e lá fora o diferencial de juros do país com o resto do mundo, especialmente em relação aos Estados Unidos, pode ser alterado, influenciando a atratividade dos ativos brasileiros para os estrangeiros. O Société Générale espera corte de 0,25 ponto aqui e pelo Fed. O JPMorgan e o Rabobank projetam corte de 0,50 ponto aqui e 0,25 pelo Fed.

“O dólar se fortalece no começo de que parece ser a semana mais agitada do ano”, ressalta o estrategista de moedas do banco de investimento Brown Brothers Harriman (BBH), Win Thin. Mesmo com o corte esperado pelo Fed, o executivo avalia que o diferencial de juros ainda favorece o dólar na economia mundial, por isso a moeda americana tende a se fortalecer no curto prazo. Para o Brasil, ele espera redução de 0,25 ponto, mas ressalta que há várias apostas no mercado de corte maior, de 0,50 ponto.

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