O dólar opera em alta no mercado doméstico, com os agentes financeiros reagindo mal à derrota da equipe econômica do presidente da República, Jair Bolsonaro, durante a votação dos destaques da reforma da Previdência no plenário do Senado, na madrugada desta quarta-feira, 2. Os senadores retiraram todas as mudanças que seriam feitas nas regras do abono salarial, depois da aprovação do texto- base da reforma em primeiro turno por 56 votos a 19.

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Com isso, a economia esperada em dez anos com a reforma diminuiu em R$ 76,4 bilhões, caindo agora para cerca de R$ 800 milhões. A proposta aprovada na Câmara previa uma economia fiscal para o governo de cerca de R$ 1,1 trilhão e restringia o pagamento do abono, no valor de um salário mínimo (R$ 998), a quem recebe até R$ 1.364,43 por mês.

Pouco antes do fechamento deste texto, nos Estados Unidos, foi divulgado que o setor privado gerou 135 mil empregos em setembro, acima da previsão de +125 mil vagas. Porém, a criação de empregos privados em agosto foi revisada para baixo, de 195 mil a 157 mil. Em reação, o dólar bateu num primeiro momento as mínimas ante o iene, caindo até 107,445 ienes, ante 107,70 ienes no fim da tarde de ontem.

Logo depois, no entanto, a moeda americana passou a se fortalecer ligeiramente frente a seus pares principais. No mercado local, às 9h23, o dólar à vista desacelerava e subia 0,12%, aos R$ 4,1660, após ter tocado em mínima aos R$ 4,1640 (+0,05%). Na máxima, antes dos dados, havia atingido R$ 4,1825 (+0,49%), reagindo à Previdência. No mercado futuro, o dólar novembro subia 0,28%, aos R$ 4,1780, ante máxima em R$ 4,1910 (+0,59%) antes dos dados americanos.

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Em relação à reforma da Previdência, o Senado ainda pode promover alterações no texto, que podem drenar mais de R$ 200 bilhões adicionais da economia esperada com a proposta em uma década. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), prometeu retomar as discussões nesta manhã, para votação ainda de seis destaques em separado.

Também nesta quarta-feira, os relatores da reforma tributária no Senado, Roberto Rocha (PSDB-MA), e na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), vão se reunir. Há pouco, Ribeiro disse em entrevista ao canal Globonews que a proposta dessa reforma está avançada, “mas que deve haver convergência”. Ele disse ainda que a comissão tem discutido a desoneração na folha de pagamento. “É importante desonerar”, afirmou.

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Pesa no humor local a cautela no exterior diante de temores com a desaceleração global e com o Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia). No entanto, o dólar opera sem direção única ante as moedas emergentes e ligadas a commodities, o que ajuda ainda conter a alta ante o real e também os ajustes dos juros futuros. Neste caso, o foco é a retomada das conversas comerciais entre EUA-China no próximo dia 10.