A taxa de câmbio abriu em alta de 0,49% no pregão viva-voz da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), com o dólar negociado a R$ 1,954 nos contratos de liquidação à vista. O dólar sobe em razão do comportamento das bolsas de valores internacionais, que dão seqüência ao ajuste de baixa e devem realimentar a realização de lucros por aqui também.
Por trás desse movimento estão as perspectivas em relação ao rumo das taxas de juros nos EUA e na Europa. O tema vem ganhando força e hoje, dia em que o Banco Central Europeu (BCE) corroborou as expectativas do mercado elevando o juro europeu em 0,25 ponto porcentual, para 4% ao ano, está em evidência. Ironicamente, nos EUA, o rendimento dos títulos do Tesouro americano está em queda, depois de terem mudado de patamar ao acumular vários dias de alta. Mas ainda assim, o recuo visto no juro dos títulos norte-americanos é pequeno e as taxas ainda estão nos níveis mais altos dos últimos nove meses (quase 5% ao ano).
Por aqui, o assunto também é a taxa de juros. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) define a taxa Selic (juro básico da economia brasileira) e a aposta majoritária do mercado é de corte de 0,5 ponto porcentual da taxa, para o nível de 12% ao ano. A estimativa se baseia principalmente nos dados de inflação baixa e no real valorizado. Desde ontem, as perspectivas de aceleração no recuo do juro doméstico receberam o aval também dos números da atividade industrial. A queda de 0,1% verificada em abril interrompeu um período de seis meses consecutivos de alta.