Dólar registra quinta queda sucessiva

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Ingressos de recursos contribuiu
para a queda do dólar.

São Paulo – O dólar comercial caiu ontem pelo quinto dia consecutivo e fechou na cotação mais baixa desde 31 de maio de 2002, quando terminou o dia valendo R$ 2,521 na venda. A moeda americana encerrou a segunda-feira (fechamento parcial) com desvalorização de 0,55%, a R$ 2,521 na compra e R$ 2,523 na venda. Em uma semana, o dólar caiu 3,70%. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) acompanhou as bolsas americanas e fechou em alta de 1,88%, com o Ibovespa em 25.231 pontos. O volume financeiro ficou em R$ 933 milhões, abaixo da média mensal deste mês, de R$ 1,469 bilhão. Em Nova York, Dow Jones subiu 0,83% e Nasdaq teve elevação de 0,96%, refletindo o bom desempenho financeiro das empresas americanas.

Além da tranqüilidade no mercado externo, mais uma vez o ingresso de recursos contribuiu para a queda na cotação do dólar. A balança comercial brasileira já acumula superávit de US$ 11,357 bilhões no ano. Na quarta semana de abril, o saldo foi de US$ 750 milhões.

A tendência de queda foi definida no final da manhã. Logo cedo, o mercado cambial oscilou um pouco, ainda sob o impacto da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a taxa Selic para 19,50% ao ano.

Ações

A Bovespa acompanhou as bolsas americanas, enquanto espera a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que será divulgada na quinta-feira. Angelo Larozi, analista da Corretora Souza Barros, considerou natural uma melhora nos preços depois de duas sessões em queda. Segundo ele, a notícia desagradável da alta da Selic na semana passada acabou sendo compensada pela melhora da classificação de risco do Brasil.

A recuperação do Ibovespa, no entanto, só pode ser comemorada quando o índice ultrapassar os 25.900 pontos, segundo Bandeira. Por enquanto, comentou, a bolsa paulista vai se pautar pelo cenário internacional, que ontem esteve tranqüilo, mas que tem sido afetado por rumores de desaceleração da economia americana. Até o dia 18 de abril, o saldo de investimentos estrangeiros na Bovespa ficou negativo em R$ 1,297 bilhão, com o aumento da aversão ao risco.

A Bovespa acumula queda de 5,18% no mês de abril e redução de 3,68% no ano. Entre as ações mais negociadas no Ibovespa estiveram nesta segunda-feira Gerdau PN, Vale do Rio Doce PNA e Petrobras PN. As principais altas foram de VCP PN (6,4%), Celesc PNB (5,6%) e Eletropaulo PN (4,8%). Caíram Net PN (5,8%), Telesp PN (0,9%) e Light ON (0,5%).

A preocupação com a inflação continua nesta semana. Os investidores devem acompanhar, principalmente, a divulgação do IPCA-15 de abril (amanhã) e do IGP-M fechado de abril (na quinta-feira). 

Mercado prevê IPCA e juros em alta

Pela oitava semana consecutiva, o mercado elevou as estimativas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2005. Segundo pesquisa semanal realizada pelo Banco Central junto a cerca de 100 instituições financeiras, a inflação neste ano deve fechar em 6,15%, contra 6,10% da semana passada, acima da meta estabelecida pelo governo de 5,1%. Para 2006, a mediana das expectativas se manteve em 5%.

A expectativa para a inflação neste mês também foi elevada, passando de 0,67% para 0,70%. Para maio, a estimativa do mercado é de que o índice oficial de inflação fique em 0,50%, mesma estimativa da pesquisa anterior. A mediana das expectativas para a inflação acumulada nos próximos 12 meses ficou em 5,66%, contra 5,58% da pesquisa anterior.

Para a taxa de juros, a estimativa foi elevada de 17,50% para 17,75%. Na última semana, o Copom surpreendeu os mercados ao elevar a Selic em 0,25 ponto percentual, situando-a em 19,5%. Depois de elevar consecutivamente os juros desde setembro, os analistas esperavam que o BC mantivesse a taxa. A mediana das expectativas para ano que vem se manteve em 15%. Para o mês de maio, o mercado prevê que a taxa Selic se mantenha em 19,25%.

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