O dólar recua ante o real, em meio a um movimento de realização de parte dos ganhos recentes acumulados em 4,87% nas últimas seis sessões, aproveitando uma melhora aparente nesta terça-feira, 6, dos mercados internacionais. Contudo, o recuo é limitado por um pano de fundo de cautela com a relação comercial instável entre os Estados Unidos e a China.

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Mais cedo, a ata do Copom foi divulgada e a leitura dos operadores de renda fixa é que o documento reforça a percepção de que há espaço para a Selic cair mais 0,50 ponto porcentual em setembro, como no comunicado da reunião da semana passada. No entanto, o documento de hoje frustrou, ao não trazer pistas sobre o ciclo total de cortes, de acordo com alguns profissionais.

Daqui a pouco, a participação do presidente do BC, Roberto Campos Neto, em debate em Brasília (10h00) deve ser monitorada, porque poderá comentar sobre a ata.

O investidor opera ainda sob expectativa pela reforma da Previdência. Os partidos de oposição da Câmara devem decidir hoje sobre quais destaques supressivos vão apresentar no segundo turno da reforma. O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse ontem que o governo concorda em incluir Estados e municípios nas mudanças previdenciárias por meio de outra Proposta de Emenda à Constituição (PEC). Segundo ele, a ideia é discutir o assunto paralelamente à tramitação da reforma da Previdência no Senado, em outro texto.

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Ontem, após ameaçar impor tarifas de 10% sobre US$ 300 bilhões em importações da China, a partir de 1º de setembro, os Estados Unidos designaram o país asiático como “manipulador cambial”. Isso porque o Banco do Povo da China (PBoC), o banco central chinês, permitiu que a moeda local perdesse valor e atingisse a barreira psicológica de sete yuans por dólar, valor que não era registrado desde 2008. A China confirmou oficialmente também que suspenderá a compra de novos produtos agrícolas americanos. Hoje, por enquanto, prevalece uma trégua na retórica bilaterial.

Às 9h40, o dólar à vista caía 0,09%, a R$ 3,9527. O dólar futuro para setembro recuava 0,58%, a R$ 3,960.

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