O dólar voltou a disparar ante o peso argentino na sessão desta quinta-feira, mesmo com mais uma elevação de três pontos porcentuais dos juros básicos pelo Banco Central da República da Argentina (BCRA), que levou a taxa a 33,25% ao ano no país sul-americano. O movimento também foi de alta sobre a lira turca. Em relação a divisas principais e outras emergentes, contudo, a moeda americana registrou baixa nesta quinta.

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Próximo ao horário de fechamento das bolsas em Nova York, o dólar escalava para 22,25 pesos argentinos, após ter tocado 23,30 pesos durante o dia, e avançava para 4,2127 liras turcas, mas recuava para 109,19 ienes. Já o euro subia para US$ 1,1991 e a libra tinha alta para US$ 1,3576.

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O índice DXY, que mede a moeda americana contra uma cesta de outras seis divisas principais, fechou em queda de 0,11%, aos 92,414 pontos.

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De certa forma, após uma sequência de sessões com ganhos quase generalizados, o dólar vivenciou nesta quinta-feira um dia de ajustes na comparação com outras moedas principais, ainda na esteira da visão entre operadores de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) não apresentou grandes mudanças em seu comunicado de ontem que pudessem sinalizar um aumento no ritmo de altas das taxas dos Fed Funds.

Além disso, outro fator para ajuste de posições é que o Departamento do Trabalho americano divulga amanhã, às 9h30 (de Brasília), dados de emprego do país, no relatório conhecido com payroll.

Portanto, embora siga em níveis historicamente altos, a moeda americana teve nesta quinta-feira algum enfraquecimento em relação tanto a divisas fortes quanto às de países emergentes.

No entanto, na Argentina e na Turquia, a instabilidade política e econômica se torna um fator adicional de pressão sobre as moedas locais. A volatilidade é tamanha que, no vizinho sul-americano, mesmo após duas elevações inesperadas nos juros básicos nos últimos seis dias, o banco central já avisou que está pronto para “agir novamente, se for necessário”.

O economista Luis Palma Cané, da consultoria Fimades, aponta ainda que é preciso levar em conta que, na Argentina, os momentos de incerteza historicamente exacerbam a demanda por dólares. “Ou seja, cada vez que sobe (a inflação), a demanda é maior.”