São Paulo

– O dólar comercial pegou o mercado de surpresa e emplacou ontem sua segunda maior alta percentual do ano. A moeda americana chegou a abrir em baixa, mas inverteu a tendência e fechou em alta de 2,53%, cotada a R$ 3,035 na compra e R$ 3,040 na venda. É o maior preço do dólar desde 22 de abril. A compra de aproximadamente US$ 200 milhões feita por um banco estrangeiro desequilibrou o mercado de câmbio, que já operava com uma boa dose de insegurança em relação ao governo.

A diversidade de discursos no governo sobre o patamar ideal para o dólar ou a possibilidade de intervenção do Banco Central (BC) no câmbio incentivaram a especulação. Oficialmente, o governo sustenta que o dólar é livre e que não haverá intervenção. Por outro lado, até mesmo o presidente Lula já disse, e depois desmentiu, que ao governo não interessava que o dólar caísse demais. Ontem, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Luiz Fernando Furlan, voltou a falar em Bruxelas sobre riscos de uma valorização excessiva do real.

“O desencontro dos membros do governo e do PT sobre o câmbio cria insegurança no mercado”, disse Luiz Antônio Abdo, da corretora Pioneer.

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