Dólar pode aumentar a gasolina

A disparada do dólar pode levar a Petrobras a aumentar o preço dos combustíveis nos próximos dias. O aumento da gasolina necessário considerando o mercado internacional e a variação cambial estaria entre 7% e 8%.
A alta teria superado a flutuação de 5% prevista na fórmula adotada pela estatal há uma semana, quando o dólar ainda estava cotado a R$ 2,715. Ontem a moeda americana encerrou o dia cotada a R$ 2,84.
A empresa não quis comentar o impacto da alta do dólar nos preços dos combustíveis. No caso do diesel, o aumento estaria pouco acima da banda de 5%, cujo índice teria sido superado ontem.
A regra de reajustes da estatal prevê o repasse para os preços quando a alta ultrapassar 5%, nos primeiros 15 dias após o último aumento. Depois de 30 dias, o repasse poderia ser feito, a critério da empresa, independentemente do índice.
Como o último reajuste autorizado pela empresa ocorreu no dia 13 de maio, a Petrobrás a alta poderia acontecer mesmo que a variação não tivesse superado os 5%. Na ocasião, a estatal reduziu o preço da gasolina nas refinarias em 1,08% e aumentou o do diesel em 4,35%.
No início da semana passada, a queda dos preços do barril de petróleo no mercado internacional conseguiu equilibrar os custos pressionados pela alta do dólar, impedindo um novo reajuste da gasolina.
Efeito Venezuela
Os preços internacionais do petróleo terminaram em baixa, pressionados pelas especulações de que a Venezuela planeja aumentar sua produção. Na Bolsa de Mercadorias de Nova York, o petróleo com entrega em agosto fechou cotado a US$ 25,82 o barril, com baixa de 0,50%. Já em Londres, o óleo do tipo Brent, também para entrega em agosto, sofreu desvalorização de 1,31%, fechando a US$ 24,73 o barril.
O governo da Venezuela, quinto maior exportador mundial de petróleo, planeja elevar sua produção em 400.000 barris do óleo por dia acima de sua cota na Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), segundo afirmou um funcionário da PDVSA.
?A nova meta é exportar uma média de 2,44 milhões de barris por dia (de petróleo)?, informou um funcionário do alto escalão da estatal petrolífera venezuelana, sob condição de anonimato.
A medida, entretanto, foi oficialmente descartada pelo governo. Mas um aumento na produção de petróleo, principal fonte de divisas do país, daria um pouco mais de fôlego para o governo superar a crise econômica.
Desde que Hugo Chávez assumiu a presidência na Venezuela, em 1999, o país tem sido um dos mais rigorosos em cumprir as metas de produção da Opep.
Porém, as relações entre o governo e o alto escalão da PDVSA continuam tensas, e até já contribuíram para o breve golpe contra Chávez em abril.

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