As bolsas da Europa tentam melhorar o ambiente de negócios, que foi desastroso mais uma vez na Ásia, mas vacilam entre o terreno negativo e o positivo. Mesmo não tendo definição clara, sinaliza-se um pregão menos tenso nesta sexta-feira. Para isso se sustentar, no entanto, é necessário verificar o desenrolar das transações em Nova York, onde está o centro da crise do crédito. E por lá, por enquanto, o alívio também não é firme. Internamente, a perspectiva é de que as incertezas e oscilações permaneçam, mas, na abertura, o dólar à vista negociado na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) caía 1,43%, cotado a R$ 2,065.
Mas hoje é sexta-feira e dois dias sem negócios pela frente colaboram para que os investidores optem por movimentos cautelosos. A agenda do dia reforça essa aposta. O destaque, nos EUA, é a divulgação do sentimento do consumidor da Universidade de Michigan (preliminar) referente a agosto, às 11 horas. A mediana das previsões dos economistas ouvidos pela Dow Jones é 88,0. Se o indicador mostrar tranqüilidade em relação ao atual momento, por parte de quem move a economia, os investidores podem acalmar-se também. Caso contrário, as tensões serão alimentadas. O mercado acompanhará também a fala do presidente do Federal Reserve Bank de St. Louis, William Poole, sobre oportunidades de exportação dos EUA, às 9h50.
Na Ásia, os pregões repetiram o pânico de ontem. O principal índice da Bolsa de Tóquio registrou a maior queda em termos porcentuais desde março de 2001 (5,4%) e o maior recuo em pontos em sete anos, superando a baixa ocorrida depois dos atentados de 11 de setembro de 2001 nos EUA. Nos últimos três dias, o Nikkey perdeu 1.570,93 pontos, ou 9,3%. O Banco do Japão (BOJ) injetou 1,2 trilhão de ienes no mercado aberto de curto prazo, como parte de sua operação regular matinal. A medida foi anunciada para conter a alta na taxa de um dia, que superou a meta de 0,50% do BOJ e operava a 0,55%.
O Reserve Bank of Australia (RBA) comprou títulos no valor de 3 870 bilhões de dólares australianos (US$ 3 bilhões), abaixo da estimativa diária de déficit de liquidez no sistema de 4,026 bilhões de dólares australianos. Ontem, o BC australiano injetou 3,04 bilhões de dólares australianos. Também hoje, pela primeira vez em seis anos, o BC da Austrália interveio no mercado de câmbio para restaurar a liquidez nos negócios com o dólar australiano.