Dólar mais estável desacelera preços do IPP em outubro

A valorização do dólar deu uma trégua em outubro e contribuiu para que a inflação da indústria da transformação, medida pelo Índice de Preços ao Produtor (IPP) desacelerasse para 0,85%, após ter registrado alta de 1,23% em setembro. No entanto, a variação ainda foi a segunda maior do ano, pressionada, principalmente, por aumentos nas atividades de alimentos (0,85%), outros produtos químicos (2,74%), produtos de metal (3,46%) e veículos automotores (0,97%), segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Foi a segunda maior variação do ano. Só perde para o mês passado, que teve grande influencia do aumento do dólar. Este mês (outubro), o dólar está mais estabilizado, então tem menos pressão”, explicou Manuel Souza Neto, técnico da Coordenação de Indústria do IBGE.

Entre os alimentos que pressionaram a taxa estão suco de laranja, carnes de bovinos e farelos e resíduos de óleo de soja. No grupo de outros produtos químicos, os adubos tiveram grande influência para o aumento de preços. Na atividade de produtos de metal, houve um efeito da chegada do verão, que aumentou o preço de latinhas de alumínio, rolhas e tampas metálicas, acompanhando também o movimento de aumento verificado na atividade de bebidas.

“A maior variação no IPP foi de bebidas (3,62% em outubro), como cerveja, chope e refrigerante. Isso é muito efeito do verão, que está chegando. E dentro de produtos de metal, o que mais puxou (a alta) foi a latinha de alumínio. Então (o aumento) está ligado também a bebidas”, explicou Souza Neto.

O aumento de preços na atividade de veículos automotores foi puxado pelos automóveis, mas também teve influência de caminhões e peças.”Os veículos automotores têm peso alto (sobre o IPP) e há muito tempo não apareciam (entre os principais aumentos)”, notou o técnico do IBGE. “Outubro geralmente é época de lançamento dos novos automóveis. A linha de crédito para caminhões também aumentou de preço. E há provavelmente também a influência do aumento do dólar”.

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