Dólar interrompe seqüência de alta

São Paulo

  – O dólar à vista interrompeu a seqüência de três altas consecutivas e fechou ontem em baixa de 0,27%, cotado a R$ 3,75 na compra e R$ 3,76 na venda. A indefinição quanto à equipe econômica do próximo governo comtinuou dando o tom dos negócios, com a diferença de que ontem a especulação contribuiu para a leve valorização do real. Mesmo assim, o dólar termina a semana com alta acumulada de 1,50%.

A moeda chegou a subir 1,5% pela manhã, influenciada pela aceleração da inflação medida pelo INPC (3,39%) e pelo IPCA (3,02%) de novembro. A melhora veio com rumores sobre a possibilidade de o economista Pedro Bodin aceitar o convite para presidir o Banco Central. Além disso, o mercado repercutiu com bastante otimismo a notícia da renúncia do polêmico secretário do Tesouro americano, Paul O?Neill, famoso pela aversão aos países emergentes. O Banco Central também aproveitou e voltou a intervir no mercado, vendendo dólares diretamente às mesas dos bancos. Com isso, o dólar chegou à mínima de R$ 3,715 (-1,33%).

Na opinião de Sérgio Machado, diretor de tesouraria do banco Fator, os movimentos do mercado têm estado muito especulativos. Segundo ele, o mercado corrigiu os excessos dos últimos dias, mas o resultado acumulado da semana ainda mostra que o ambiente é de cautela. Mesmo que Pedro Bodin seja confirmado para o BC, diz, não há garantia de tranqüilidade para os próximos dias, que ainda guardam momentos delicados.

Na próxima semana vence uma dívida pública de US$ 1,8 bilhão, que deve voltar a gerar tensão no mercado.

– O PT acionou a tropa de choque e, através dos rumores, conseguiu estancar a histeria que se instalava no mercado. Mas o novo governo ainda é muito papo e pouca equipe, o que deixa o mercado cauteloso. Além disso, temos um cenário de inflação em alta e concentração de dívidas públicas. Eu diria que a confirmação de um bom nome para o BC é necessária, mas não arrisco dizer que é suficiente – alertou o analista.

O risco-país caiu 2,75%, para 1.661 pontos-base.

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