Dólar impusiona aluguel

São Paulo – A segunda prévia do Índice Geral de Preços de Preços do Mercado (IGP-M), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), aponta para uma inflação mais alta neste mês, de 2,81%. Se essa previsão se confirmar, os aluguéis com reajuste marcado para novembro e amarrados a esse índice poderão ter aumento de 15,15% (porcentual acumulado nos 12 meses anteriores ao mês de correção da locação). Mas, pelo menos por enquanto, o inquilino não tem motivo para se preocupar. Isso porque, na maioria dos casos, os índices de reajuste não estão sendo repassados integralmente aos aluguéis.

Na Lello Intermediadora de Negócios, uma boa parte dos proprietários vem abrindo mão do reajuste para não perder o inquilino que paga em dia e conserva bem o imóvel, explica Roseli Hernandes Gouveia, gerente de locação. Ela diz que dos 280 contratos de locação com reajuste marcado para o mês passado em 75 houve negociação para não repassar o índice de reajuste.

Mas há situações em que o inquilino vem conseguindo até reduzir o preço do aluguel. Foi o que aconteceu com Vitória Jezierski, que mora em um apartamento de três dormitórios localizado em Moema. O valor de seu aluguel, com o reajuste no mês passado, pularia de R$ 1.200 para quase R$ 1.400. Vitória conta que fez uma pesquisa e constatou que vinha pagando um valor superior aos preços de mercado. “Só no prédio em que moro encontrei imóveis semelhantes ao meu ofertados por algo entre R$ 900 e R$ 1 mil.” Com a intermediação da Hubert Assessoria Imobiliária, Vitória negociou a redução do aluguel para R$ 1 mil.

Moacy Oliveira, gerente de locação da Hubert, diz que há situações em que o proprietário, para não perder o bom inquilino e depois de verificar que o mercado vem oferecendo preços mais baixos, toma a iniciativa de propor um preço mais adequado à realidade. Ele sabe que se não fizer acordo, o inquilino poderá mudar facilmente para um imóvel mais barato. Na análise de Oliveira, os aluguéis são fixados atualmente por algo em torno de 0,6% do preço de venda da unidade. Levando em conta que o porcentual histórico é de 0,8%, os valores locatícios ainda estão defasados.

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