O dólar fechou praticamente estável, cotado a R$ 2,841 (+0,07%). Por um lado, as duas intervenções do Banco Central pressionaram a moeda, que chegou a subir até 0,38% na máxima de R$ 2,85. Por outro, a entrada de recursos externos anulou essas pressões. No ano, a divisa acumula queda de 2,1%, mas subiu 0,42% nesta semana.
Ontem a siderúrgica Cosipa concluiu uma captação externa de US$ 175 milhões, acima da oferta inicial (US$ 150 milhões), com a venda de bônus de cinco anos. A empresa pagou ao investidor um rendimento (“yield”) de 8,45%.
Segundo o site IFR (International Financing Review), o grupo Suzano, do setor de celulose, sonda bancos para realizar um lançamento de bônus no exterior.
Já o BC realizou dois leilões de compra de divisas, elevando para 19 o número de intervenções desde o dia 8, quando começou a adquirir dólares no mercado, com a justificativa de reforçar as reservas internacionais do País.
No primeiro leilão do dia, o BC pagou uma taxa de R$ 2,843. Na segunda operação do dia, a moeda americana foi adquirida por R$ 2,841.
Os anúncios das primeiras mudanças na equipe principal do presidente Lula ficaram em segundo plano. Sem mexer na cúpula da equipe econômica, a primeira reforma ministerial do governo é um fato secundário na visão dos analistas do mercado financeiro. Para os economistas, a ação dos novos ministros vai esbarrar na vontade do Ministério da Fazenda, que mantém sua política de manter o aperto nos gastos públicos, como querem os credores do País.
“O menos importante é a qualidade das figuras que sobem ao gabinete. Talento e bons projetos não são suficientes para pôr dinheiro na mesa do ministro. Tendem a ser podados na área econômica, de modo que dificilmente vem por aí uma revolução no Executivo”, diz o economista do Banco Fibra, Guilherme da Nóbrega.