As incertezas em relação ao pacote de ajuda para países da Europa fizeram o dólar encerrar o dia no maior nível desde julho do ano passado. O dólar comercial encerrou a segunda-feira (19) em R$ 1,777 na venda, alta de 2,57% em relação à sexta-feira (16). Ao longo do dia, o dólar chegou a se aproximar de R$ 1,80. No entanto, recuou no fim da tarde. Apenas em setembro, a moeda norte-americana acumula alta de 11,55%. Nos últimos 13 dias úteis, apenas em um pregão a cotação não subiu.
Apesar da disparada do dólar, o mercado de ações teve um dia menos turbulento. A Bolsa de Valores de São Paulo teve queda de 0,19%, fechando o dia em 57.102 pontos. No mês, a bolsa registra alta acumulada de 1,26%.
Para o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, há poucas chances de a alta da moeda norte-americana ser duradoura. “Nenhum fator estrutural na economia global mudou nas últimas semanas para que o dólar se consolide em um novo patamar”, diz.
Agostini atribui a disparada do câmbio nas últimas semanas às especulações em torno do pacote de ajuda aos países da zona do euro, que pode até incluir a compra de títulos dessas economias por países emergentes. “Essa volatilidade vai durar até que as condições reais de solução para a zona do euro sejam definidas e anunciadas. O debate político abre margem para essa movimentação no câmbio”.
Em relação aos Estados Unidos, onde o presidente Barack Obama tenta aprovar a elevação de impostos para os mais ricos para cortar o déficit nas contas públicas, o economista diz que o cenário econômico do país preocupa menos que a situação da União Europeia. “Nos Estados Unidos, a principal preocupação é no lado fiscal e econômico, porque o país conseguiu reforçar a ajuda às instituições financeiras”, destaca.