O dólar operou em queda durante toda a quarta-feira, 24, mas não conseguiu sustentar na tarde de hoje o ritmo de baixa observado pela manhã, quando chegou a recuar para R$ 3,75. No encerramento do pregão, fechou com leve redução de 0,09%, a R$ 3,7693. Com o Congresso em recesso, o mercado local novamente operou em linha com os movimentos da moeda americana no exterior, dia em que cresceu o otimismo dos investidores com as negociações comerciais entre a China e os Estados Unidos, que devem ser retomadas na semana que vem. Operadores também reportaram entrada de recursos externos para ofertas de ações. Já a expectativa por eventos dos próximos dias, que inclui a reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), amanhã, contribuiu para deixar os investidores cautelosos.
O destaque hoje foi a nova queda do Credit Default Swap (CDS) de cinco anos do Brasil, um termômetro do risco-país. No final da tarde, o contrato estava em 124,18 pontos, ante 127 pontos do fechamento de ontem, de acordo com cotações da Markit. O governo anunciou medidas de saque de recursos do FGTS para estimular a economia, mas como já haviam sido antecipadas nos últimos dias, não tiveram impacto no câmbio. Neste momento, o foco maior do mercado cambial é a reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), na semana que vem, a do BCE amanhã e ainda a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA na sexta-feira. Há ainda a reunião do Banco Central brasileiro, na semana que vem.
“O mercado está em modo de espera”, afirma o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo. Além dos eventos internacionais, que podem afetar o mercado de moedas de vários países, ele ressalta que os investidores também aguardam a volta do Congresso, e o início das discussões da reforma da Previdência e também da tributária. Essa expectativa aliada ao recesso no Congresso e as férias aqui e lá fora reduziu o ritmo de negócios.
No mercado internacional, o dólar caiu pela manhã, refletindo a divulgação do índice dos gerentes de compra (PMI) industrial dos EUA, que recuou para o menor nível em quase dez anos. Os estrategistas do JPMorgan observam que os PMIs de outros países desenvolvidos também vieram fracos, realimentando preocupações com a desaceleração da economia mundial. Na parte da tarde, o dólar zerou a queda e passou a subir ante a maioria dos emergentes, como Colômbia, Rússia e Indonésia, enquanto os investidores aguardam a reunião do BCE, que deve sinalizar corte de juros e medidas de estímulos adicionais.