A rolagem de 90,75% – ou cerca de US$ 1,452 bilhão – do lote de US$ 1,6 bilhão em títulos cambiais que vencem na segunda-feira fez o dólar comercial fechar hoje (29) em queda de 1,51%, cotado a R$ 3,075. Este mês, o dólar acumula uma queda de 11,38%, mas ainda está em alta de 32,77% no ano.
Durante toda a manhã, o dólar comercial operou em alta, influenciado negativamente pelo anúncio de que a dívida líquida do setor público saltou em julho para R$ 819,376 bilhões, equivalentes a 61,9% do Produto Interno Bruto (PIB), ante R$ 750 258 bilhões em junho – ou 57,9% do PIB. O malsucedido leilão de US$ 100 milhões em linhas para comércio exterior também sustentou o avanço das cotações até a máxima de R$ 3,163, alta de 1,31%. No leilão, a demanda total foi baixa e o BC recusou todas as propostas.
Operadores atribuíram esse novo fracasso à concentração da oferta entre os bancos dealers, ao prazo fixo da linha de 180 dias e às taxas altas pedidas pelo BC. As taxas propostas pelos bancos para a compra hoje teriam ficado entre 2,80% e 3,5%. Já o BC aceitou na venda até agora de US$ 438,5 milhões, em cinco dias úteis, taxas entre 4% e 6,10%.
A reversão da tendência do dólar ocorreu após o anúncio do resultado da segunda parte do leilão de dívida cambial, feito no horário do almoço. O dólar comercial caiu até 1,35%, para R$ 3,080, depois da venda. O leilão teve um volume financeiro de US$ 696,7 milhões em contratos de swap cambial, de uma oferta de US$ 1,485 bilhão, informou o BC.
O sucesso da operação fez o dólar ceder ainda mais, para a mínima de R$ 3,065, queda de 1,83%. Ainda faltaram US$ 148,8 milhões para complementar a rolagem integral desse vencimento. Embora seja pouco provável, dizem operadores, é possível o BC fazer nova operação amanhã.