Dólar fecha em baixa, de novo

São Paulo  – O dólar interrompeu ontem uma seqüência de três altas consecutivas e fechou em baixa de 0,69%, cotado a R$ 3,005 na compra e R$ 3,009 na venda. A principal mobilização do mercado ficou em torno da chamada “formação da Ptax??, média ponderada do dólar que vai remunerar uma dívida pública a ser resgatada amanhã. O noticiário político foi acompanhado de perto, mas não chegou a interferir nos preços dos ativos.

A Ptax de ontem será referência para a correção de uma dívida de US$ 1,3 bilhão que o Banco Central (BC) paga amanhã às instituições financeiras detentoras de contratos de swap cambial. Na semana passada, o BC renegociou 24,1% da dívida, deixando cerca de US$ 1 bilhão sem compensação. Credores do BC, grandes bancos puxaram o dólar desde a última segunda-feira, garantindo uma melhor remuneração do crédito. Passado o período de maior volume de negócios, no qual a Ptax é definida, o dólar voltou a cair. Segundo dados parciais do BC, a Ptax de hoje ficará perto de R$ 3,034.

– O mercado interbancário foi comandado pela formação da Ptax. Alguns exportadores venderam dólares, mas em quantidades insuficientes para promover uma queda mais expressiva – disse Luiz Antônio Abdo, da corretora Pioneer.

Os títulos da dívida externa brasileira voltaram a sofrer com a competitividade dos títulos do Tesouro americano e operaram em queda por todo o dia. O C-Bond, principal papel brasileiro, caía 0,57% às 17 horas, cotado a 86,12% do seu valor de face. O risco-país brasileiro, em conseqüência, subia 0,37%, aos 802 pontos-base.

As projeções dos juros negociadas na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) fecharam em queda generalizada hoje. Além de acompanhar a tendência do dólar, as taxas refletiram as apostas em um novo corte na taxa Selic. O Depósito Interfinanceiro (DI) de setembro, que projeta os juros deste mês, apontou taxa anual de 23,40%. A projeção confirma as apostas em uma queda de 1,5 ponto na Selic, hoje de 24,5% ao ano.

O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne na próxima semana para decidir o percentual da Selic para as quatro semanas subseqüentes. As apostas na queda da taxa têm como principal justificativa os índices de preços, que mostram estabilidade ou mesmo deflação. Com a inflação convergindo para as metas do governo, portanto, haveria espaço para uma queda de juros, que estimularia o aquecimento econômico.

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