O dólar disparou nesta quinta-feira (9) e voltou a ser cotado acima de R$ 1,90. Novos problemas relacionados ao setor de crédito de alto risco abalaram os mercados financeiros no exterior. Com o aumento da aversão ao risco, investidores estrangeiros resgataram aplicações no Brasil, levando à apreciação da moeda norte-americana em relação ao real.
No mercado interbancário, o dólar comercial avançou 2,12%, para R$ 1,926. O dólar negociado à vista no pregão viva-voz da Bolsa de Mercadorias & Futuros também fechou o dia com taxa de R$ 1 926, em alta de 2,07%. É a maior cotação desde o dia 26 de julho.
Crédito
O dólar oscilou em alta durante toda a sessão, pressionado pelas quedas das bolsas de valores na Europa, Estados Unidos e Brasil. O nervosismo nos mercados hoje teve origem em informações de problemas por exposição ao crédito norte-americano de alto risco por bancos europeus, com destaque para a suspensão de três fundos do banco BNP Paribas.
Em reação, o Banco Central Europeu forneceu US$ 130,2 bilhões aos bancos da Europa em caráter de emergência, e o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) injetou no mercado aberto o maior montante em dólares por meio de operações repo (de recompra) desde abril deste ano, num total de US$ 24 bilhões.
Liquidez
O BNP Paribas Investment Partners, uma unidade do banco francês BNP Paribas, informou que suspendeu temporariamente as operações em três de seus fundos de ações por causa da falta de liquidez no mercado e porque não é mais possível calcular o valor "justo" dos ativos.
Com isso, os investidores saíram das Bolsas e boa parte deles migrou para a segurança dos títulos do Tesouro dos EUA (Treasuries).
Além da turbulência externa, o Banco Central adicionou pressão às cotações através do leilão de compra de moeda esta tarde. No leilão, o BC pagou taxa de corte de R$ 1,9258 e teria aceitado cinco propostas, de quatro bancos.
