O dólar começou 2004 em queda de 0,79%, vendido a R$ 2,879, cotação mínima do dia. Espremida entre o feriado do Ano Novo e o final de semana, a primeira sessão do ano foi marcada por poucos negócios. Em nenhum momento, a moeda americana chegou a operar em alta, ontem.
A principal notícia para o mercado de câmbio veio de Brasília. O Ministério do Desenvolvimento divulgou que a balança comercial brasileira fechou o ano de 2003 com um superávit recorde de US$ 24,831 bilhões, um crescimento de 89% em relação ao ano anterior.
O resultado de dezembro (US$ 2,759 bilhões) foi o melhor de 2003. Para 2004, o Banco Central estima que o saldo seja menor, em cerca de US$ 19 bilhões, com o avanço das importações devido a um esperado crescimento maior da economia.
Ontem o governo resgatou uma dívida cambial de US$ 2,6 bilhões, remunerando os bancos credores com base na média das cotações (ptax) da última terça-feira, quando o dólar subiu 1,39%, a R$ 2,902.
No mercado de títulos da dívida, o dia também foi positivo para os ativos brasileiros. O C-Bond, principal papel do país, valorizou 0,25%, atingindo 98,625% do valor de face.
Se o C-Bond atingir 100% do valor de face, o governo brasileiro terá o direito de recomprar os papéis. O Banco Central já admitiu que a recompra é uma alternativa a ser analisada pelo país.
Bolsa sobe
O Ibovespa subiu 0,70%, aos 22.393 pontos, novo recorde em 36 anos de história do índice, caminhando para o quinto fechamento seguido no azul. O pregão girou, ontem, menos de R$ 350 milhões, refletindo a ausência de grandes investidores, em dia espremido pelo feriado do Ano Novo e o fim de semana.
Animou o mercado global de ações o dado de que a indústria nos EUA teve em dezembro o maior crescimento em 20 anos. É mais um sinal que reforça os prognósticos de forte recuperação da economia americana.
Brilha no primeiro pregão de 2004 a ação preferencial da Acesita, fabricante de aço inox.
No jornal francês Le Monde de ontem, o presidente da dona da Acesita, o grupo europeu Arcelor, Joseph Kinsch, destacou o Brasil como prioridade em seus planos de investimentos nos próximos anos.
Já a ação ordinária da Souza Cruz, fabricante de cigarros, chegou a subir 3,18%, a R$ 31,10. Ontem, a empresa divulgou que vai pagar aos seus acionistas uma remuneração de R$ 0,127868 por ação, a partir do dia 3 de fevereiro. A política de dividendos da companhia é apontada pelos analistas como uma das melhores do mercado.