O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, comemorou em cerimônia realizada nesta segunda-feira (19), o aniversário de 10 anos da adoção do regime de câmbio flutuante do Brasil. Segundo ele, mesmo com a flutuação das taxas no período recente, o dólar é negociado atualmente em patamar muito próximo da média registrada nesse período. Segundo ele, a cotação média nos 10 anos de flutuação cambial é de R$ 2,34, sendo que a taxa mínima registrada foi de R$ 1,32 e a máxima, de R$ 3,96.
Ao defender o regime de câmbio flutuante, Meirelles afirmou que a média do déficit em conta corrente do Brasil nos últimos dez anos tem girado em torno de 1% do PIB, inferior à média de 2,1% do PIB observada desde os anos 70. Ao mesmo tempo, ele destacou que o ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED) ficou em torno de 3% na última década. Se o corte for feito desde os anos 70, a média do ingresso de IED fica em 1,5%. Ele também destacou que, há 10 anos, quando o câmbio flutuante foi adotado, o Brasil possuía rating B+ da agência de classificação de risco de crédito Standard & Poor’s (S&P). Hoje, o Brasil é grau de investimento (BBB-). “Hoje, nossa economia é sólida e o Brasil tem um acordo de troca de moedas com o Federal Reserve. Isso mostra que o Brasil teve avanço reconhecido por instituições importantes”, afirmou.
Meirelles rebateu as críticas de que a adoção do atual regime represente a saída completa do BC do mercado cambial. Ele lembrou da forte atuação na ponta compradora exercida pela autoridade monetária, principalmente em 2007, quando o Brasil recebeu expressivo ingresso de recursos estrangeiros. Com isso, lembrou Meirelles, o País conseguiu reforçar as reservas internacionais. Ao mesmo tempo, ele lembrou das recentes iniciativas para tentar amenizar os efeitos da crise mundial sobre a economia do País, como a oferta de dólares para o financiamento às exportações e os leilões para a rolagem de dívida de empresas no exterior.
Durante a cerimônia, Meirelles enalteceu o avanço dos indicadores econômicos do Brasil na última década e afirmou que a adoção do regime de câmbio flutuante, somado ao sistema de metas de inflação e a adoção da meta do superávit primário permitiram a melhoria dos fundamentos da economia brasileira. “O Brasil tem tido um sucesso inquestionável no regime”, afirmou.