A moeda norte-americana chegou a exibir leve alta em relação ao real, mas devolveu os ganhos antes do encerramento dos negócios. O dólar comercial, negociado no mercado interbancário, terminou o dia estável, cotado a R$ 1,86. No pregão viva-voz da Bolsa de Mercadorias & Futuros, o dólar negociado à vista recuou 0,03%, também para R$ 1,86.
Na hora do habitual leilão de compra de dólar pelo Banco Central a moeda apresentava queda ante o real, mas logo depois inverteu o sinal para alta. Na primeira parte dos negócios, as cotações já haviam oscilado entre o terreno positivo e o negativo.
A volatilidade da moeda refletiu a piora dos mercados em Nova York por causa da volta dos temores com os efeitos colaterais da crise no mercado de crédito de segunda linha (subprime) e pelos alertas nos balanços da Intel, Pfizer e Yahoo. As Bolsas operaram em baixa e os preços dos títulos do Tesouro dos EUA (Treasuries) subiram, com queda das taxas, dado o movimento de busca de proteção pelos investidores.
O depoimento do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), Ben Bernanke, na Câmara, adicionou cautela ao mercado, pois ele ressaltou que a instituição continua vendo risco de alta da inflação, mencionou a crise do mercado imobiliário e disse que há perspectiva de crescimento moderado da economia este ano.
Bernanke disse que a instituição provavelmente vai propor a proibição de determinadas práticas no setor de crédito hipotecário, de modo a melhorar a proteção ao consumidor. "Com base em informações que estamos reunindo, eu espero que o Fed vai propor normas adicionais na Lei de Proteção à Propriedade de Moradias.
Segundo o presidente do Fed, a instituição está conduzindo uma revisão "de alto a baixo" das ferramentas regulatórias que poderá usar para prevenir a recorrência dos padrões fracos de subscrição que alimentaram os problemas no mercado de hipotecas. Entre as atividades que estão sendo examinadas e que poderão passar a ser restritas estão certas penalidades para resgate antecipado, a concessão de empréstimos sem exigência de apresentação de comprovação de renda e créditos que não exigem dos tomadores que depositem uma caução para cobrir impostos e seguros. A Lei de Proteção à Propriedade de Moradias, conhecida como Hoepa, permite ao Fed banir práticas de concessão de crédito que a instituição considere injustas ou enganosas.
