O Banco Central bem que tentou. Aumentou a exigência de capital dos bancos para operarem no câmbio. Eles (os bancos) terão cinco dias para elevar de 50% para 75% o capital próprio em posições compradas em dólar. A iniciativa tinha como alvo a queda das cotações da moeda americana e se refletiram, no início do dia, no mercado. Porém, no meio da tarde de ontem a situação já havia sido assimilada pelo mercado e o dólar comercial, que poderia ter caído ainda mais, fechou com desvalorização de 0,13% (venda a R$ 3,73 e compra a R$ 3,72), depois de ter oscilado durante o dia em queda de até 2,35%. O resultado das medidas ficou bem aquém do que esperavam alguns analistas.
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) esboçou uma reação, mas fechou em baixa de 0,18%, com o Índice Bovespa em 8.846 pontos. O volume financeiro foi de R$ 431,2 milhões. Petrobras PN, segunda ação mais negociada da bolsa, teve alta de 1,15%, depois de ter operado em baixa na maior parte do dia. Telemar PN, carro-chefe da bolsa, caiu 0,68%.
Entre as ações que fazem parte do Ibovespa, as maiores quedas foram de Net PN (-4,1%) e Siderúrgica Nacional ON (-4%). Já as altas mais significativas foram de Klabin PN (+8,2%) e Comgás PNA (+5,3%).
Expectativas
O analista da corretora Novação, José Roberto Carrera, disse que esperava uma queda mais forte no câmbio com a medida do BC. De acordo com ele, muitos bancos já adotavam essa nova posição exigida pelo BC para atuar no câmbio. Caso contrário, a moeda encerraria o dia em queda mais forte.
Já a nova tentativa de rolagem da dívida do governo que vence no próximo dia 17, de US$ 3,6 bilhões, iniciada hoje, dividiu opiniões. O BC tentou rolar 30% do total da dívida, dos quais conseguiu alongar mais de 50%. Do montante total da dívida, o governo rolou 16,4%. Para alguns analistas, a instituição deveria ter procurado rolar um montante maior.
Para outros, o BC está fazendo a coisa certa, tentando alongar a dívida gradualmente. Além disso, eles consideram que a operação de ontem foi positiva, porque a autoridade monetária conseguiu rolar mais da metade do montante da operação de ontem, embora tenha aceitado taxas altas, que chegaram a 40%.
Bolsas no mundo
As bolsas americanas fecharam em alta ontem, estimuladas por uma procura de bons negócios e as perspectivas de reabertura dos portos da costa oeste: Wall Street ganhou 1,06% e a bolsa eletrônica Nasdaq 0,88%.
O Dow Jones, principal indicador de Wall Street, progrediu 78,65 pontos a 7.
501,49 unidades, e o índice composto da Nasdaq ganhou 9,82 pontos a 1.129,22 unidades. O índice Standard and Poor?s 500, mais representativo da tendência geral de mercado, fechou em alta de 13,27 pontos (+1,69%), em 798,55 unidades.