Os investidores resolveram dar uma trégua ao novo governo e o dólar entrou no novo ano em queda, apesar de ainda permanecer acima da marca de R$ 3,50. Poucos negócios e atenção ao primeiro discurso de ministros empossados, mesmo que não tenham trazido novidades, foram destaque nesta quinta-feira.
A divisa terminou negociada a R$ 3,53 para compra e R$ 3,535 para venda, uma queda de 0,28% em relação ao fechamento de segunda-feira. Pela manhã, a divisa atingiu a mínima de R$ 3,515 na ponta vendedora, mas o movimento de queda perdeu fôlego ao longo do dia por conta do reduzido volume de transações. No pico do dia, atingido durante a tarde, a divisa chegou a ensaiar alta, mas o movimento não se sustentou.
“O volume de negócios somente deve melhorar a partir de segunda-feira”, diz um técnico da área. Segundo o operador, ontem houve o vencimento de uma grande operação de hedge, o que teria pressionado o mercado. “Hoje (ontem) o mercado foi muito estreito. Com algumas empresas entrando para comprar e, com o pouco volume, isso acabou pressionando um pouco o mercado”, resumiu Carlos Gandolfo, da Pioneer Corretora.
Desde a abertura dos negócios, operadores frisavam que muitos participantes continuam em “esquema de fim de ano” e operações maiores só devem ser engatadas a partir da semana que vem. É também a partir desse período que o noticiário econômico voltará a esquentar.
No ano passado, o dólar acumulou alta de 53% frente ao real. De acordo com alguns operadores, a nova equipe enfrentará três grandes testes nos próximos dois meses: vencimento de dívida cambial, reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e encontro com Fundo Monetário Internacional (FMI).
Reservas menores
As reservas internacionais do país chegaram ao último dia de 2002 em US$ 37,825 bilhões – US$ 551 milhões a menos do que o saldo registrado no dia anterior.
A diferença, segundo a assessoria de comunicação do Banco Central, decorre principalmente do pagamento de juros e parcela de dívida no valor de US$ 522 milhões ao Clube de Paris (grupo de países credores). Além disso, as reservas tiveram impacto da variação na paridade das moedas que as compõem e da intervenção do BC no câmbio no último dia 27.