São Paulo

  – O dólar comercial fechou ontem em queda de 1,58%, cotado a R$ 3,10 na compra e R$ 3,11 na venda. A moeda americana abriu em alta e chegou à máxima de R$ 3,27 na ponta de venda (+3,15%). A inversão de tendência aconteceu à tarde, com a intensificação de rumores de que o acordo do Brasil com o Fundo Monetário Internacional (FMI) já estaria traçado e que sua divulgação aconteceria entre hoje e amanhã. Já a Bovespa encerrou o pregão contabilizando alta de 3,02%, depois de ter queda de 3,88%, com o Índice Bovespa em 9.749 pontos. O volume de negócios era de R$ 413,8 milhões. Já a taxa do risco-Brasil teve leigeira queda, caindo 1,4%, depois de apresentar um aumento de quase 2%.

Outro fator que colaborou para a desaceleração do dólar foi mais uma pequena intervenção do Banco Central, que vem acontecendo de forma pulverizada. Já dólar paralelo negociado em São Paulo fechou estável ontem, cotado a R$ 2,90 na compra e R$ 3,00 na venda. No Rio, o paralelo subiu 3,44%, a R$ 2,85 na compra e R$ 3,00 na venda. O dólar turismo de São Paulo terminou o dia em alta de 3,67%, a R$ 2,85 e R$ 3,10 na compra e venda, respectivamente

Outra indefinição que pressionou as cotações, na parte da manhã, diz respeito à rolagem de US$ 741 milhões em títulos cambiais que vencem amanhã. Nesta segunda-feira, o BC não conseguiu renovar a dívida devido às altas taxas de remuneração exigidas pelas instituições financeiras. A dúvida agora é se o BC conseguirá ou não rolar os vencimentos. Uma rolagem menor provoca excesso de reais na economia, que poderão pressionar o dólar.

“As instituições que vão resgatar títulos hoje não sabem para onde destinarão o dinheiro que vão receber, se o BC não renovar a dívida. Com isso, se antecipam comprando dólares no mercado futuro e à vista, o que eleva as cotações. Esse foi um forte fator de pressão nos negócios de hoje (ontem)”, explicou Fernando Leite, analista da corretora Quality.

O secretário do Tesouro americano, Paul O?Neill, em visita a São Paulo, continuou elogiando a economia brasileira, mas não empolgou os negócios. Ele disse que o país é um bom lugar para se investir, procurando desta forma mandar recados positivos aos investidores internacionais. No entanto, as declarações do secretário americano estão sendo praticamente ignoradas pelos investidores, que estão ávidos por notícias de Washtington, onde a missão brasileira negocia com o FMI. A expectativa é de que a ajuda financeira seja anunciada até sexta-feira. Se isso não acontecer, garantes os analistas, o nervosismo deve se instalar novamente.

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