Dólar comercial sobe 0,33% e encerra cotado a R$ 1,821

A piora das bolsas de valores nos Estados Unidos reverteu a trajetória de queda do dólar no mercado de câmbio brasileiro, que foi sustentada mais cedo pelo quadro mais positivo no ambiente financeiro internacional e ingresso de divisas. O dólar comercial terminou o dia em alta de 0,33%, a R$ 1,821. No pregão viva-voz da Bolsa de Mercadorias & Futuros, o dólar negociado à vista fechou a R$ 1,818, com elevação de 0,19%.

A notícia de que o Parlamento da Turquia autorizou uma incursão militar daquele país no norte do Iraque fez o petróleo disparar, atingindo nova máxima histórica (recorde intraday) de US$ 89,00 por barril, minando o quadro favorável visto mais cedo no mercado externo. Preocupados, muitos agentes migraram de investimentos considerados mais arriscados – como ações e ativos de emergentes – para aplicações avaliadas como mais seguras – como os títulos do Tesouro norte-americano.

Após renovar a marca histórica, contudo, o contrato de petróleo do tipo WTI negociado para novembro em Nova York inverteu o rumo e passou a registrar perdas, caindo 0,41%, a US$ 87,25, próximo do fechamento. Tal movimento abrandou também a piora nos demais segmentos. Por volta das 16h30 (de Brasília), o índice Dow Jones cedia 0,76%, o S&P 500 recuava 0,65% e o Nasdaq caía 0,15%.

Fundo de reservas

Além disso, também reforçou a virada no rumo das cotações as declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, em entrevista à Agência Estado, de que a Fazenda e o Banco Central estudam a criação de um fundo soberano com o objetivo de aproveitar o grande volume de reservas internacionais – que anteontem estavam em US$ 162,426 bilhões.

Mais tarde, durante almoço no Grupo Estado, o ministro acrescentou que, em sua avaliação, o Brasil precisaria acumular aproximadamente US$ 180 bilhões em reservas para a obtenção do grau de investimento e o que excedesse este patamar poderia ser direcionado ao fundo. ?Não chegamos ao limite (das reservas). Elas continuarão crescendo nos próximos anos?, afirmou. ?É uma necessidade, uma imposição, uma boa utilização dessas reservas?, acrescentou.

Queda

Mais cedo, a desvalorização do dólar em relação ao real verificada foi atribuída ao ingresso de recursos – operadores citaram uma entrada de cerca de US$ 600 milhões da Vale do Rio Doce, que seria para pagamento de dividendos. O quadro mais positivo no exterior até então também ajudou nesse sentido. Balanços fortes divulgados por gigantes como a Intel e o Yahoo animaram os investidores em Wall Street a comprar ações e o lucro mostrado pelo banco J.P. Morgan também foi bem recebido.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo