O mercado cambial zerou na última hora de sessão as posições vendidas assumidas na primeira parte dos negócios com o objetivo de se proteger na véspera da reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), que ocorre amanhã. Por isso, o dólar à vista renovou as máximas várias vezes durante à tarde até fechar a R$ 1,920, em alta de 0,95% na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). No mercado interbancário, o dólar comercial subiu 1% e também terminou cotado a R$ 1,920.

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"Em meio à queda das Bolsas, alguns investidores não querem aguardar a decisão e o comunicado do Federal Reserve sobre juros amanhã, desprotegidos", disse um profissional. É majoritária a previsão de que o Fed vai reduzir a taxa dos Fed Funds (juro básico) em 0,25 ponto amanhã, para 5% ao ano.

Desde a manhã, as bolsas norte-americanas e a Bovespa estão em baixa e o dólar operou em alta, refletindo o mau humor dos investidores com as declarações do ex-presidente do Fed Alan Greenspan sobre a economia dos EUA, e a nova onda de pesadas vendas das ações da Northern Rock, banco britânico cedente de crédito hipotecário.

Europa

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Na Europa, as bolsas encerraram em baixa pelo segundo pregão consecutivo, pressionadas pelas pesadas perdas entre os papéis da Northern Rock, que na sexta-feira foi forçada a recorrer à linha de crédito de emergência do Banco da Inglaterra.

Entre outras afirmações, Greenspan disse que o banco central norte-americano deve ser cuidadoso para não flexibilizar as taxas de juro muito agressivamente, por conta do risco de "reaparecimento da inflação", que é maior agora do que quando era presidente da instituição. Ele previu que os preços dos imóveis continuarão caindo nos EUA e não descartou a possibilidade de a retração atingir os dois dígitos.

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