Após a forte queda de sexta feira, o dólar voltou a encerrar os negócios em alta. A moeda norte-americana exibiu forte volatilidade em relação ao real nesta segunda-feira, o que foi atribuído por alguns operadores à persistente preocupação no mercado de que o crédito poderá ser reduzido após os problemas atuais de liquidez em instituições financeiras no exterior, afetando o crescimento global.
Depois da ação do banco central dos EUA na sexta-feira, quando reduziu os juros de uma linha de empréstimo a bancos, as bolsas de valores tiveram fortes altas hoje na Ásia e subiram na Europa mas operaram em baixa durante a maior parte da tarde em Nova York. Na última hora de pregão, os principais índices acionários de Wall Street inverteram o sinal e voltaram a subir.
A Bolsa paulista descolou-se de Wall Street e oscilou em terreno positivo o dia todo. Ainda assim, os juros futuros na BM&F seguiram pressionados à tarde e o risco Brasil por volta das 15 horas estava no pico do dia. O mercado cambial também piorou e o dólar comercial, que chegou a cair a R$ 2,002 pela manhã, subiu à tarde até R$ 2,06. No fechamento, a moeda norte-americana tinha taxa de R$ 2,029, em alta de 0,20%. O dólar negociado à vista no pregão viva-voz da Bolsa de Mercadorias & Futuros também terminou o dia com avanço de 0,20%, mas taxa de R$ 2,028.
Segundo operadores, o mercado cambial ainda sente os efeitos da forte pressão que sofreu na semana passada e permanece sensível às notícias externas envolvendo o mercado de crédito. À tarde, a notícia de que a agência de análise de risco Fitch Ratings rebaixou as notas da financiadora de hipotecas norte-americana Thornburg Mortgage manteve os investidores atentos aos desdobramentos da crise no mercado de crédito imobiliário norte-americano de alto risco de inadimplência.
Os operadores também citaram como fator de expectativa a informação de que o chairman do comitê de bancos do Senado dos EUA, Christopher Dodd, democrata, planeja se reunir amanhã com o presidente do BC americano, Ben Bernanke, para discutir a volatilidade dos mercados. Em entrevista à cadeia de notícias CNBC, Dodd também pediu que a Casa Branca e o Departamento do Tesouro elevem os limites às carteira atualmente mantidas na Fannie Mae e Freddie Mac, o que permitiria que as empresas patrocinadas pelo governo forneçam mais liquidez aos mercados financeiros e imobiliário.
Diante da permanência do dólar à vista acima dos R$ 2,00 nesta segunda-feira, o Banco Central não fez leilão de compra de dólar pelo quinto dia útil seguido.