Dólar comercial em queda de 1,13%

São Paulo

  – O otimismo voltou ao mercado de câmbio e o dólar comercial fechou ontem em queda de 1,13%, cotado a R$ 3,510 na compra e R$ 3,515 na venda. A moeda americana voltou a testar o patamar dos R$ 3,50, mas ainda resiste a operar abaixo desse preço. A quarta-feira foi de negócios reduzidos, mas a movimentação foi grande, dado o volume de informações.

O principal destaque do dia ficou com a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que endossou as previsões e elevou a taxa básica da economia (Selic) de 21% para 22% ao ano. Apesar de a alta dos juros significar retração da economia e encarecimento da dívida pública, o mercado acabou por reagir bem ao empenho do Banco Central (BC) em combater a pressão inflacionária neste final de governo. Os juros futuros, em vez de se ajustarem para cima para acompanhar a trajetória da Selic, reduziram os prêmios e caíram.

Mas não foi só isso. O mercado iniciou o dia animado com os elogios do Fundo Monetário Internacional (FMI) ao programa de governo do PT e especulava em torno da permanência de Armínio Fraga à frente do Banco Central. Com isso, os títulos da dívida externa brasileira ganharam impulso, garantindo uma abertura otimista no mercado de câmbio. Ainda pela manhã a cotação de venda do dólar chegou à mínima de R$ 3,484, com queda de 2,41%. A cotação acabou atraindo importadores e empresas com remessas para fazer ao exterior, o que limitou a queda da moeda. O único momento de tensão ocorreu quando o presidente do PT, deputado José Dirceu, desmentiu os boatos a respeito de Armínio Fraga. Nesse momento, a cotação perdeu fôlego bateu a máxima de R$ 3,562, com baixa de 0,22%

Mesmo assim, a pressão foi passageira, e o mercado retomou a trajetória de queda significativa antes mesmo da divulgação do Copom. Sem surpresas com a alta da Selic, os investidores voltaram a vender moeda, embora em lotes pequenos. Segundo Sérgio Machado, diretor de tesouraria do Banco Fator, o BC mostrou que continua ativo e preocupado com a economia, mesmo no período de final de governo.

– O mercado gostou dessa postura do BC. Apesar do aparente contra-senso da queda dos juros no mercado futuro, a reação mostra que os investidores estão mais seguros quanto à transição de governo. É como se não houvesse mudança de governo, e sim, continuidade – disse Machado.

Bovespa em alta

A Bolsa de Valores de São Paulo voltou ao patamar dos 10 mil pontos, ontem, ao fechar em alta de 1,16% e movimento financeiro de R$ 606 milhões.

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