O fato de o banco central dos EUA Reserve não ter agido nesta terça-feira (21), reduzindo a taxa básica de juros do país, como chegou a ser especulado mais cedo, decepcionou investidores em Nova York e contaminou o mercado de câmbio no Brasil, onde o dólar fechou em alta em relação ao real. O dólar comercial, negociado no mercado interbancário, subiu 0,25%, a R$ 2,034. No pregão viva-voz da Bolsa de Mercadorias & Futuros, o dólar negociado à vista avançou 0,39%, a R$ 2,036. Vale destacar que no início da tarde a moeda norte-amerciana renovou as cotações mínimas do dia contra o real, diante da possibilidade eventual de uma atuação do Fed, segundo operadores consultados.
O diretor e chefe de títulos do Tesouro dos EUA (Treasuries) do Jefferies, Tom di Galoma, disse à agência de notícias Dow Jones que, além do fraco leilão de Treasuries de quatro semanas, o mercado de títulos do governo está perdendo sua aposta num corte de juro antecipado, com investidores "decepcionados pelo fato de o Fed não ter agido hoje". "Acho que os mercados estavam esperando um corte de meio ponto porcentual", opinou Galoma.
O mercado de Treasuries "disparou com isso", projetando juros em forte baixa, após os comentários do senador democrata Chris Dodd. Depois de reunir-se com o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), Ben Bernanke, e com o secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, Dodd disse que Bernanke respondeu afirmativamente à sua pergunta, sobre se o Fed estaria disposto a utilizar todos os instrumentos disponíveis para enfrentar a atual crise.