O dólar comercial fechou a sexta-feira estável, vendido a R$ 2,89, em um dia de poucos negócios, após o feriado de Corpus Christi. Na semana curta, a moeda americana ganhou cinco centavos, acumulando uma alta de 1,8%. No ano, já recuou 18,4%, ou seja, uma perda de 0,65 centavos.
Ontem a cotação oscilou bastante ? entre uma máxima de R$ 2,914 (alta de 0,83%) e uma mínima de R$ 2,877 (baixa de 0,45%). Segundo Carlos Alberto Abdalla, analista da corretora Souza Barros, muitas empresas deixaram de operar ontem por causa do final de semana. A expectativa para a próxima semana é que as cotações permaneçam abaixo da casa de R$ 3,00.
“Não há nada sinalizando que o dólar voltará a ficar acima do patamar de R$ 3”, afirmou Rodrigo Trotta, analista do banco Banif Primus.
A entrada de recursos externos tende a aumentar. Ontem a Petrobras confirmou que, na próxima semana, vai captar US$ 500 milhões em papéis de dez anos. A operação já era alvo de rumores desde o início da semana. Entre os bancos e corretoras, circulam, no entanto, rumores sobre possíveis operações de remessas de dólares, que podem pressionar a moeda em breve.
Comenta-se que o Bradesco pode comprar a moeda para pagar a compra da filial brasileira do BBV. Fala-se ainda, que o Banco do Brasil pode voltar a adquirir lotes de dólares, a pedido do Tesouro.
Além disso, os bancos estrangeiros deram início a um movimento de vendas dos títulos da dívida externa brasileira para colocar no bolso o dinheiro com a alta recente dos títulos.
Eles aproveitam-se da notícia sobre a instalação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Banestado (Banco do Estado do Paraná) no Congresso para vislumbrar riscos de atraso no cronograma de votação das reformas tributária e da Previdência.
Anteontem, a CPI foi instalada para investigar um esquema de remessa ilegal de dinheiro para o exterior por meio de contas CC-5 do Banestado.