O dólar comercial abriu o dia em queda de 0,56%, negociado a R$ 1,61 no mercado interbancário de câmbio. No pregão de ontem, a moeda americana subiu 0,12% e foi cotada a R$ 1,619 no fechamento. Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), o dólar à vista ainda não havia sido negociado às 10h10 (horário de Brasília).
O movimento de captações corporativas externas foi retomado e os investidores estrangeiros pararam de reduzir as posições vendidas em derivativos cambiais. Isso pode ser um sinal de que o mercado brasileiro de câmbio está perto de encontrar o novo ponto de equilíbrio. Mas ainda falta uma redução na volatilidade, que está, agora, associada ao cenário internacional.
Ontem, o dólar oscilou entre a cotação mínima de R$ 1,61 e a máxima de R$ 1,629, com variação durante o dia de 1,18%, mostrando incerteza diante dos movimentos de fluxo e das notícias externas. Ontem, a preocupação foi com a Grécia, que teve a classificação de risco rebaixada pela Standard & Poor’s, enquanto crescem as discussões sobre a necessidade de refinanciamento da dívida do país.
Hoje, as incertezas estão ligadas aos indicadores chineses. De madrugada, foram anunciados números de comércio internacional. O superávit do país asiático cresceu com a redução das importações. Numa primeira reação, o dólar ganhou fôlego, já que o mercado considerou isso um sinal de fraqueza no gigante asiático. O foco maior, agora, recai sobre os dados de inflação e produção, que saem na noite de hoje. “O mercado deve mostrar cautela enquanto aguarda os números”, avalia um especialista.
O cuidado é justificado porque o desempenho da economia chinesa tem forte impacto nas negociações de commodities. As matérias-primas vêm sendo um porto seguro dos investidores durante o longo período de incertezas sobre a economia global, em boa parte porque há a demanda da China por esse tipo de produto garantindo os preços. A semana passada foi um momento de realização e ajuste forte nos preços das commodities, que levantou temores de que o estouro de uma nova bolha estivesse em curso. Em meio a isso, os indicadores da China, que já são importantes, passam a ser determinantes.
Na Europa, a informação é de que a Grécia pode fechar um acordo para obtenção de um novo pacote de ajuda financeira no início de junho. Segundo uma autoridade, os ministros das finanças da União Europeia discutirão se ampliarão o pacote atual ou se um novo empréstimo será concedido ao País. O montante envolvido seria próximo de 60 bilhões de euros.