Dólar chega a R$ 3,82 com incerteza eleitoral

Os especuladores com o dólar – os bancos – mostraram a cara, hoje, ao forçar a elevação da cotação da moeda americana para um patamar histórico: R$ 3,78 para cada US$ 1. Mas durante a tarde, a cotação da moeda ?caminhou? por patamar mais elevado, tendo chegado a R$ 3,83. A alta do fechamento foi de 5,8% na comparação com a cotação do dia anterior, fazendo com que a moeda brasileira passasse a valer menos que o peso argentino – cada dólar custava 3,70 pesos, em Buenos Aires. 

O Banco Central bem que tentou entrar no mercado para forçar a queda na cotação. Mas encontrou adversários de peso e a tentativa não obteve sucesso.

O motivo era bem claro para todos os que convivem diariamente com o mercado financeiro. Instituições que detém contratos de câmbio e têm uma dívida de US$ 1,52 bilhão com o Banco Central a receber amanhã, estavam inflando artificialmente as cotações para maximizar seu lucro. A dívida será paga em reais de acordo com a Ptax (cotação média compilada pelo Banco Central) de hoje.
Também circulam pelo mercado rumores sobre a nova pesquisa eleitoral do Ibope, que dão conta de avanços das candidaturas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que pode vencer as eleições já no primeiro turno, e de Anthony Garotinho (PSB), que teria se aproximado do governista José Serra, o segundo colocado. Serra é o preferido do mercado por defender a continuidade da atual política econômica.
A situação fora do país, com a iminência de uma nova guerra no Golfo pérsico, que pode detonar uma crise do petróleo, também não ajuda. Com isso, tanto as Bolsas de Valores européias quanto o principal índice acionário norte-americano, o Dow Jones, registraram fortes baixas hoje.

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