São Paulo (AG) – O dólar à vista caiu 0,36% na quinta-feira que antecede o feriado de Páscoa, mas encerrou a semana contabilizando uma alta de 0,85% sobre o real. A moeda americana operou em baixa desde a abertura e terminou o dia cotada a R$ 2,738 na compra e R$ 2,740 na venda. Os títulos da dívida externa continuaram voláteis, o que levava o risco-País a subir 1,72% no final da tarde de ontem, marcando 471 pontos centesimais.
Depois da alta de 1,92% registrada na véspera – a maior do ano – o dólar devolveu parte dos ganhos com o cenário interno mais otimista. A boa recepção da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) gerou efeitos positivos nos mercados de juros e ações, refletindo também no câmbio.
?A ata, desta vez, não anuncia o seu prognóstico para a próxima reunião. Deixa evidentes preocupações e receios internos e externos, mas parece ter chegado a um momento de convencimento de que o remédio usado está se transformando em veneno?, disse Sidnei Moura Nehme, diretor da corretora NGO.
As projeções dos juros negociadas na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) fecharam em baixa, em resposta à ata do Copom e à desaceleração do IPCA-15 de março. Os dois fatores foram complementares. A ata não teve o tom sombrio temido pelos investidores. Segundo o BC, os aumentos dos juros já produziram efeitos sobre a economia brasileira. Ainda assim, mostrou preocupação com a deterioração do cenário internacional. Por isso, o BC deixou em aberto a tendência para a reunião de abril.
Sem leilão
O Banco Central não comprou divisas. Desde a quinta-feira da semana passada, não são realizados leilões, o que reduz a pressão sobre o preço da moeda norte-americana.
Também, pela segunda semana consecutiva, o BC não realizou, na quarta-feira, leilão de ?swap cambial reverso?. Tudo sob a justificativa de que essas operações não eram necessárias após o BC avaliar as ?condições do mercado?.
Devido às incertezas externas, a ?intervenção? do BC era dispensável nesta semana para sustentar o dólar acima do patamar de R$ 2,70 – ainda longe dos R$ 3 exigidos pelos exportadores, mas longe dos R$ 2,50 previstos pelos mais otimistas. Em fevereiro, a divisa chegou a custar R$ 2,551, mínima do ano. No ano, o dólar já valorizou 3,22%.