O dólar tentou dar continuidade nesta quarta-feira, 17, aos ganhos acumulados nas últimas cinco sessões, de 5,62%. Abriu em alta, acompanhando o comportamento externo da moeda, influenciado pela queda do petróleo e pela expectativa com o resultado do encontro de política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano). As declarações do futuro ministro da Fazenda, Joaquim Levy, de que as medidas a serem adotadas devem estancar e reduzir gastos e aumentar impostos também contribuíram para o movimento altista. Essa trajetória, no entanto, foi interrompida com o passar das horas em razão das medidas anunciadas pela Rússia para o setor financeiro, que se somaram àquelas para dar sustentação ao rublo. E o dólar virou para baixo.
O dólar comercial encerrou em baixa de 1,42%, a R$ 2,7020, depois de ter terminado no patamar de R$ 2,7410 na véspera, maior preço desde março de 2005. Na mínima do dia, marcou R$ 2,69 (-1,86%) e, na máxima, R$ 2,7510 (+0,36%). O giro totalizava, no fim da tarde, US$ 1,272 bilhão no mercado à vista, sendo US$ 1,169 bilhão em D+2. No mercado futuro, o dólar para janeiro registrava desvalorização de 1,35%, às 16h34, a R$ 2,7110.
Depois do tombo recente do rublo, o BC do país decidiu flexibilizar a regulamentação para os bancos na tentativa de estabilizar o sistema financeiro nacional. O objetivo é impedir que a população entre em pânico e passe a correr para fazer saques nos bancos, o que quebraria o sistema. Entre outras coisas, o Banco Central da Rússia pretende elevar a liquidez de moeda estrangeira no sistema por meio de empréstimos garantidos por ativos ‘de fora do mercado’ e garantidos por empréstimos em moeda estrangeira.
As medidas da Rússia levaram o dólar a cair ante o rublo. O movimento de valorização aconteceu na maioria das moedas emergentes, como o real brasileiro, influenciado ainda pelos dois leilões de linha (venda de moeda com compromisso de recompra) feito pelo Banco Central nesta tarde. Ontem, o presidente do BC, Alexandre Tombini, confirmou que a autoridade monetária manterá o programa de swap, com oferta diária entre US$ 50 milhões e US$ 200 milhões, a ser definida nos próximos dias. O resultado do encontro do Fed, hoje, será levado em consideração para a resolução do futuro do programa que fornece dólares ao mercado.
Nos leilões de linha desta tarde, as taxas de corte foram de R$ 2,7767 no primeiro e de R$ 2,847794 no segundo. O volume vendido só será conhecido na próxima quarta-feira. Os dados do fluxo cambial divulgados mais cedo não fizeram preço na moeda norte-americana. No mês até o dia 12, o fluxo está negativo em US$ 2,412 bilhões.