Sem a atuação do Banco Central no câmbio, o dólar voltou a cair ontem e rompeu mais uma barreira ao fechar abaixo dos R$ 2,24. A divisa recuou 1,06% e encerrou os negócios na cotação mínima do dia, a R$ 2,235 na venda – menor valor desde 7 de maio de 2001 (R$ 2,214). Os ingressos de recursos no país por meio de captações e das exportações continuam empurrando o dólar para baixo.
Segundo José Roberto Carreira, da corretora Novação, o ?fluxo positivo de recursos? e a falta de demanda ajudam a manter a moeda em baixa. Anteontem, por conta do receio de uma intervenção do BC no câmbio, o dólar subiu 0,35% e fechou a R$ 2,259.
Entretanto, ainda anteontem à noite a autoridade monetária anunciou que não faria nesta quarta-feira o leilão de ?swap cambial? reverso, operação que tem o efeito de uma compra de divisas no mercado futuro e que não é realizada pelo BC desde 9 de março. Com isso, a moeda retomou a queda.
O juro alto no Brasil acaba atraindo os investidores que buscam rendimentos maiores em suas aplicações. A taxa básica (Selic) brasileira está em 19,5% ao ano. Nos EUA, por exemplo, a taxa de referência da economia está em 3,75% ao ano.
A queda do risco-país – termômetro da confiança dos estrangeiros em relação ao Brasil – é outro fator que contribui com o ingresso de recursos. O indicador registrava baixa de 0,28% no final da tarde, para 355 pontos. O risco em baixa é sinal de confiança em alta.
A Bolsa de Valores de São Paulo voltou a subir após dois dias de queda com realização de lucros e bateu o quinto recorde de pontuação do mês. O Ibovespa – principal índice da Bolsa paulista – subiu 1,43% e terminou o pregão com inéditos 31.317 pontos.