Dólar cai a R$ 2,38 mesma cotação de 2002

Apesar da redução no volume de negócios, por conta do feriado de anteontem (Corpus Christi), o dólar manteve a trajetória de queda ontem e fechou na menor cotação em mais de três anos. A moeda norte-americana caiu 1,07% e terminou a sexta-feira valendo R$ 2,384 – menor valor desde 30 de abril de 2002. Na semana, o dólar acumula queda de 2,33% em relação ao real.

Ontem, teoricamente, deveria ser um dia de poucas oscilações no câmbio, por causa dos feriados – Corpus Christi ontem e Memorial Day nos Estados Unidos na próxima segunda-feira. As mesas de operações de câmbio funcionaram em esquema de plantão. Júlio César Vogeler, da corretora Didier Levy, avalia, entretanto, que muitas tesourarias de bancos preferiram reduzir suas posições em dólares para evitar surpresas na próxima semana.

Isso porque, de acordo com o analista, os ingressos de recursos no país, por meio de captações e das exportações, continuam empurrando a divisa norte-americana para baixo.

Na última quarta-feira (25), o Tesouro Nacional captou US$ 500 milhões no exterior com a reabertura de uma oferta de bônus Global 2034. Os títulos (que têm vencimento em 2034) pagarão aos investidores que os adquiriram taxa de 8,814% ao ano.

No dia 10 deste mês, o governo já havia conseguido outros US$ 500 milhões com a venda de papéis no exterior que vencem em 2019. Na ocasião, pagou juros maiores, de 8,83% ao ano.

Rumores de captações de empresas privadas reforçam ainda mais a expectativa de entradas de dólares no País. Na última semana, a petroquímica Brasken confirmou uma operação de US$ 150 milhões.

Ontem, especificamente, a boa notícia foi a divulgação do relatório do banco de investimentos Merrill Lynch, que elevou a recomendação para títulos da dívida do Brasil. ?Isso gera a entrada de mais investidores no País?, afirmou Vogeler. O banco avalia que os títulos brasileiros têm apresentado bom desempenho e podem atingir novos picos.

A taxa básica de juro (Selic) alta é outro fator que contribui com a aplicação de recursos no País, pois atrai os investidores que buscam rendimentos maiores.

Sobre a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, que elevou o juro básico de 19,5% para 19,75% ao ano, analistas do mercado consideram que não houve surpresas.

?A Ata do Copom veio dentro do esperado, sem nenhuma informação nova?, avalia Alexandre Póvoa, do Banco Modal.

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