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Se demanda crescer mais vai faltar avião para tanto passageiro. continua após a publicidade |
A tão sonhada viagem para o exterior está se tornando realidade para uma boa parcela dos brasileiros. Desde que o dólar baixou da casa dos R$ 2,00, na semana passada, agências de viagens viram o movimento crescer consideravelmente. ?O aumento da demanda por viagens internacionais começou logo após o Carnaval. Mas o rompimento da marca psicológica de R$ 2,00 fez quem estava adormecido, acordar?, declarou o presidente da Agência Brasileira de Agências de Viagens no Paraná (Abav-PR), Antonio Azevedo. Segundo ele, a procura por pacotes internacionais cresceu 20% em relação a um ano atrás; porém, o que deve de fato se concretizar é 15%.
?O aumento não será tão estrondoso por questão do transporte aéreo?, considerou Azevedo. A saída da Varig das rotas internacionais e a retomada por parte da Gol, que ainda não ocorreu, está prejudicando as viagens ao exterior. ?A demanda está maior do que a oferta. Em algumas datas, como ao longo de julho e início de agosto, já há falta de lugares. Isso é um complicador?, analisou.
De acordo com Azevedo, apesar da lei de mercado – quando a demanda supera a oferta, há aumento de preços -, os valores dos pacotes permanecem estáveis. ?Às vezes, o que encarece é a passagem. Todos os preços (das passagens) estão maiores do que em 2006?, apontou.
Entre os destinos mais procurados estão a Europa, os Estados Unidos, além dos tradicionais Chile e Argentina. ?Os cruzeiros marítimos para o final do ano também estão com as vendas bem aquecidas?, comentou.
Acima das expectativas
Na CVC Turismo, a venda de pacotes internacionais superou todas as expectativas, segundo o gerente de vendas Ricardo Luz. ?Houve uma explosão na procura de aproximadamente 120% sobre o ano passado?, afirmou. Segundo ele, há um ano, de cada três pacotes vendidos, dois eram para o mercado doméstico e um para o exterior; hoje a proporção inverteu: são dois internacionais para um doméstico. ?O mercado doméstico não diminuiu, foi o internacional que cresceu, o que demonstra que mais pessoas estão viajando?, apontou.
Sobre a falta de lugares nas aeronaves, Ricardo Luz conta que a empresa já havia se planejado. ?A empresa se planejou para este crescimento. Tanto que comprou 260 mil lugares em vôos internacionais, principalmente para os Estados Unidos e a Europa?, contou. ?A gente planejava vender estes lugares até o final de agosto, mas hoje 80% já estão vendidos. Quem procurar a partir do mês que vem vai encontrar dificuldades.? Segundo ele, há pacotes para o exterior já vendidos para março de 2008.
A Europa, segundo Luz, é o destino preferido dos brasileiros. No caso dos Estados Unidos, afirmou, o grande entrave é a obtenção do visto, que precisa ser agendada. ?O visto não sai antes de 60 ou 90 dias?, avisou.
Demanda reprimida
Para Antonio Carlos de Campos, dono da Layum Turismo, havia uma demanda reprimida em viagens ao exterior. ?Desde 2001, as pessoas se fecharam muito. Vieram as eleições, o dólar disparou para mais de R$ 3,00 e as viagens para o exterior diminuíram. Agora, elas estão retomando?, comentou. No caso da Layum, até o final do ano passado, a proporção era de 70% a 75% de pacotes nacionais e o restante internacionais. Hoje, a proporção é de quase meio a meio. Ele não acredita, porém, que os pacotes para o exterior devam superar os domésticos. ?Até pela concorrência das companhias aéreas menores, as tarifas são mais baratas no Brasil. Além disso, o mercado (doméstico) está se mexendo para concorrer com o exterior?, arrematou.