O dólar abriu em baixa nos mercados à vista e futuro nesta terça-feira, 10, invertendo a tendência de alta verificada na véspera. Em dia de agenda escassa, as atenções do mercado de câmbio brasileiro devem se manter concentradas no cenário internacional. As dificuldades em torno do Brexit e da guerra comercial entre Estados Unidos e China são as principais referências para o investidor, que calibra suas posições conforme os desdobramentos dos dois assuntos. No Brasil, a avaliação dos operadores é que o cenário mostra-se relativamente tranquilo, sem ruídos políticos capazes de influenciar os negócios.
Pela manhã, as preocupações com a saída do Reino Unido da União Europeia dão o tom dos negócios no mercado internacional de moedas e o dólar opera misto em relação às divisas de países emergentes e exportadores de commodities. Já o Dollar Index (DXY), que mede a variação do dólar ante uma cesta de seis moedas fortes, mostra aceleração. O avanço do índice ocorre em meio às dúvidas sobre o processo do Brexit e após a queda nos preços ao produtor da China, evidenciando fraca demanda em meio à guerra comercial.
“Se levarmos em conta a força do DXY, diríamos que a abertura do dólar ante o real seria para cima hoje. O cenário externo inspira cautela e o interno também incentiva alguma retranca do investidor, que acompanha o ritmo mais lento que o esperado na tramitação da reforma da Previdência”, disse Thiago Silêncio, operador da CM Capital Markets.
Nesta terça-feira, além dos desdobramentos da disputa comercial sino-americana, os investidores aguardam a pesquisa Jolts sobre abertura de postos de trabalho nos EUA em julho, às 11h. No mesmo horário, o secretário de Tesouro americano, Steven Mnuchin fala em comitê do Senado americano.
No Brasil, destaque para a primeira sessão de discussão, em primeiro turno, da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da reforma da Previdência no plenário do Senado. A sessão está marcada para as 16 horas.
Às 9h15, o dólar à vista era cotado a R$ 4,0940, em baixa de 0,11%. No mercado futuro, a moeda para liquidação em outubro recuava 0,04%, aos R$ 4,0990. O DXY avançava 0,10%. Na segunda-feira, 9, o dólar fechou em alta de 0,46% ante o real, aos R$ 4,0987, na contramão da tendência externa, com liquidez reduzida, fluxo ligeiramente negativo e recomposição de posições defensivas.