O mercado doméstico de câmbio amanhece com uma importante pergunta a ser respondida durante o pregão desta segunda-feira: o Banco Central vai retomar a maior agressividade com que vinha intervindo nos negócios com dólar no período anterior ao recente ajuste internacional, que foi detonado pela alta de juros dos títulos do Tesouro americano (Treasuries).
As condições para que a resposta seja dada foram plantadas na sexta-feira, quando o resultado do núcleo de inflação ao consumidor dos EUA mostrou-se inferior ao esperado (0,1% ante expectativa de 0,2%) e os mercados retomaram o otimismo. Por aqui, os investidores tentaram testar o piso informal do dólar, de R$ 1,90 e as cotações acabaram fechando a R$ 1,912 na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) e a R$ 1,913 no mercado interbancário. E, se nada atrapalhar esta manhã, o teste deve continuar, com o dólar negociado em queda. O primeiro negócio fechado na BM&F confirma essa trajetória, com o dólar a R$ 1,902 em queda de 0,52%.
No exterior, não há definição clara de uma trajetória para os principais ativos, por enquanto. O índice Nasdaq futuro operava de lado em Nova York, depois de mostrar alta. O S&P exibia valorização de 0,17%. Na Europa, a Bolsa de Frankfurt subia, mas Londres e Paris registravam perdas. As taxas de juros dos Treasuries recuavam significativamente.
Na pesquisa Focus divulgada mais cedo pelo Banco Central, o mercado financeiro doméstico continua ajustando para baixo as estimativas para a taxa de câmbio. A cotação do dólar para julho foi diminuída de R$ 1,94 para R$ 1,93. Para o fim de 2007, saiu de R$ 1,95 para R$ 1,93 e para o encerramento de 2008, recuou de R$ 2,05 para R$ 2,00 por dólar.