A agenda interna desta quarta-feira (05) conta com itens de relevância. O principal é a definição da taxa Selic, que ocorre num dia em que mais um indicador doméstico de inflação – o IGP-DI de agosto, que ficou em 1,39% – estoura as previsões dos analistas para cima, devido à pressão dos preços agrícolas no atacado. Mas para os investidores em câmbio deve ser mais relevante a divulgação dos dados do fluxo cambial do mês passado, às 12h30.

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Na parcial do mês passado, que compreendia o período até o dia 21, o fluxo estava positivo em US$ 6,118 bilhões. Simultaneamente aos números do fluxo, sai também o dado sobre a posição de câmbio no fim de agosto. No dia 21 último, os bancos estavam comprados em US$ 1,328 bilhão. Desde que atingiu a marca vendida em mais de US$ 15 bilhões em meados de maio, o mercado vem zerando posições até a inversão ocorrida durante o mês passado.

Mas nada disso terá força para suplantar um eventual ambiente negativo que se esboça no mercado norte-americano na formação dos preços do dólar no Brasil, que abriu em alta de 0,62%, a R$ 1,960, na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). Os índices operam em baixa, assim como as Bolsas da Europa. A Bolsa do Japão também teve um pregão de queda. O ministro dos Bancos, Yoshimi Watanabe, até que procurou dissipar as preocupações sobre o impacto dos problemas do mercado de hipotecas de alto risco sobre a economia japonesa, mas alertou que poderá haver mais tensões nos mercados acionários e de câmbio e isso pesou negativamente.

Um dos motivos da tensão mostrada hoje pelo mercado norte-americano é a expectativa sobre o conteúdo do Livro Bege, que será divulgado pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) às 15 horas. O documento dá uma diretriz da visão das autoridades norte-americanas sobre a economia, servindo de base para a decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) no dia 18 de setembro. Os mercados também estão apreensivos quanto à decisão sobre juros que será tomada amanhã pelo Banco Central europeu.

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