Depois de uma relativa tranqüilidade demonstrada ontem, o mercado externo volta a demonstrar desconforto. A taxa de câmbio no pregão viva-voz da Bolsa de Mercadorias & Futuros abriu em alta de 0,18%, com o dólar à vista cotado a R$ 1,944.
As taxas de juros dos títulos do Tesouro americano (Treasuries) negociados no secundário sobem, enquanto os investidores aguardam novos dados sobre a economia dos EUA. Nas bolsas, o tom negativo é reflexo, além das incertezas sobre a política monetária norte-americana, da revisão nas projeções de lucro e receitas da Texas Instruments, feita ontem após o fechamento.
E é isso que deve reger os negócios do mercado doméstico de câmbio esta terça feira já que, por aqui, as mudanças nas regras cambiais anunciadas na sexta-feira à noite pelo Banco Central parecem ter sido absorvidas por completo. Isso apesar de duas delas só entrarem em vigor no próximo dia 2 de julho. O impacto das medidas nas cotações foi ínfimo e não houve qualquer alteração na avaliação de que a tendência de apreciação do real segue firme.
Esta manhã, no entanto, pode haver uma pequena alta no dólar. O mau humor externo deve contagiar os investidores domésticos até porque, amanhã, saem dados do comércio, de preço de importações e de estoques das empresas nos EUA. E na quinta e sexta-feira serão conhecidas as taxas de inflação ao produtor (PPI) e ao consumidor (CPI), respectivamente, entre outros números. Isso recomenda cautela e tende a gerar volatilidade.
Hoje pesam também as preocupações com sinais de tendência de alta de juros na China e na Índia. Na China, a inflação ao consumidor de maio ficou acima do previsto e sugere alta no juro no curto prazo. Na Índia, foram anunciados dados superiores ao previsto da produção industrial.